Exames constantes e cuidados com a saúde no geral aumentam as chances de sobreviver a diversos doenças, inclusive o câncer
Não é bobagem nenhuma reforçar a ideia de que prevenir é melhor que remediar, já que além de evitar doenças, a descoberta precoce pode ser crucial para contornar problemas mais sérios em muitos casos. Por isso, diversas campanhas ao longo do ano chamam a atenção para a necessidade dos exames de prevenção, como a do outubro rosa, ligada ao combate ao câncer de mama, e a do março lilás, voltada à doença no colo de útero.
E são justamente o foco dessas ações dois dos tipos mais recorrentes dessa enfermidade nas mulheres. Segundo o Inca, o Instituto Nacional de Câncer, as três variedades mais frequentes de câncer na mulher brasileira em 2020 foram o de mama, seguido do câncer colorretal, que atinge o intestino grosso, e, em terceiro lugar, o câncer de colo do útero.
Os famosos exames de rastreamento são os mais indicados para o combate desses males. “Um acompanhamento médico de rotina pode ajudar a prevenir o surgimento dos tumores malignos ou diagnosticar precocemente essas lesões”, relata o oncologista Alexandre Dias França (CRM PR 24552).
Como lidar com cada câncer
No caso do colo de útero, além do exame preventivo, também conhecido como Papanicolau, os cuidados com o Papilomavírus Humano, o HPV, são essenciais. Por isso, o Ministério da Saúde passou a incluir no calendário de vacinação a imunização contra o vírus, o que, segundo o Inca, é a forma mais eficaz de prevenir esse câncer. Os esforços se voltam para vacinar mulheres de 9 a 14 anos e a ideia é atingir 80% do público alvo, uma forma de diminuir a incidência de casos nas próximas décadas. Outra recomendação é que as ações de prevenção sejam feitas em conjunto, ou seja a vacina deve ser aliada aos acompanhamentos ginecológicos e a realização do Papanicolau, já que, de acordo com o órgão, a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV.
Para a variante da doença que atinge o intestino grosso, vários exames podem ser feitos, como retossigmoidoscopia, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, o PET-TC e o enema opaco, sendo o principal deles, a colonoscopia, indicado para visualizar as lesões do cólon. Dessa forma são cruciais visitas periódicas a médicos, principalmente para quem tem idade acima de 50 anos, histórico de pólipos na família, histórico de câncer colorretal (pessoal ou familiar), diabetes tipo 2 ou doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de Crohn). Cuidados com a alimentação e um estilo de vida ativo podem fazer a diferença.
O câncer que mais atinge mulheres, o de mama, possui recomendações parecidas: dieta balanceada, prática de exercícios e visitas regulares ao médico. Porém, um ponto é imprescindível para descobrir a doença o quanto antes: o autoexame. Segundo o Dr. Alexandre Dias França, recomenda-se realizar o autoexame cerca de 7 dias após a menstruação. “O exame é realizado em três etapas: a observação em frente ao espelho, a palpação durante o banho e a palpação deitada”, explica.
“Um acompanhamento médico de rotina pode ajudar a prevenir o surgimento dos tumores malignos ou diagnosticar precocemente essas lesões”, relata o oncologista Alexandre Dias França.
Para complementar, o exame de rastreamento indicado é a mamografia. A recomendação do Ministério da Saúde é que ele passe a ser feito regularmente em mulheres com 50 anos ou mais, entretanto, como enfatiza o Dr. Alexandre, a idade mínima vem diminuindo. “Está sendo preconizada atualmente a realização de forma mais precoce, a partir dos 40 anos de idade”.
A realização pode ser ainda mais cedo, a partir dos 35 anos de idade, para quem teve casos na família. Ademais, outros tipos de análises complementares, como a ultrassonografia, ou a ressonância de mamas podem ser solicitados, principalmente considerando os fatores de risco familiares e pessoais.