O tumor de bexiga é a segunda neoplasia urogenital que mais acomete o homem, perdendo apenas para o câncer de próstata.
O cigarro é o principal fator de risco para o tumor de bexiga. “70% das pessoas com câncer de bexiga são ou foram fumantes. Além disso, destaca-se fatores como hereditariedade, uso indiscriminado de algumas medicações analgésicas, exposição ocupacional às aminas aromática encontradas em indústrias de tintas, couro, borracha, têxteis e gráficas. A causa da doença, como de todos os tumores, é multifatorial”, diz o urologista, Dr. Marcelo de Campos Lima.
A incidência do tumor de bexiga é prevalente em pessoas acima dos 40 anos. Segundo Marcelo, até a 4º década de vida, a doença é excepcional, a grande maioria dos casos acomete pessoas com mais idade, e nos homens também é mais frequente, sendo a proporção de 2 homens para cada mulher.
Sangramento urinário sem dor é o principal sintoma nas fases iniciais da doença. “Sempre que sangrou ao urinar, é necessário procurar atendimento médico. A suspeita de tumor de bexiga é comprovada através de exames de imagens, ecografia e tomografia, e a confirmação por endoscopia da bexiga com biópsia da lesão”, afirma o urologista.
Tratamento
O tratamento, de acordo com o médico, depende do estadiamento da doença. Mas, na maioria das vezes, a primeira etapa é a ressecção endoscópica do tumor, ou seja, uma cirurgia realizada com um aparelho que passa pela própria uretra do paciente para retirar todo tumor sem necessidade de corte. Como a bexiga possui várias camadas – mucosa, submucosa, camada muscular superficial e profunda e tecido adiposo perivesical (em redor da bexiga) – os tumores vesicais são classificados de acordo com a profundidade nessas camadas. De forma simplificada, podem ser: superficiais, profundos e metastáticos.
Os tumores superficiais e de baixo grau, segundo Marcelo, são tratados com ressecção endoscópica e acompanhados com cistoscopias periódicas. “Em alguns casos podem ser feitos tratamentos adicionais com aplicações de medicações direto na bexiga”, completa. Já os tumores profundos são necessários a cistectomia radical com derivação urinária. “Neste tipo de tratamento, a bexiga é retirada completamente e a urina é desviada para a bolsa coletora. Outra alternativa é retirar a bexiga e reconstruir outra a partir de alças intestinais. O paciente, nesses casos, permanece com a micção pela uretra”, explica o urologista. Além desses, também pode ser feito quimioterapia e radioterapia.