É preciso redobrar a atenção e os cuidados com a pele durante essa época de maior exposição solar

 

Com a chegada do verão, além dos cuidados com a hidratação é imprescindível cuidar da pele. Isso porque o Brasil registra cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele a cada ano, representando mais de 30% de todos os casos de câncer no país. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 6.200 casos de melanoma sejam diagnosticados a cada ano, provocando 1.500 mortes.

A pele é o maior órgão do nosso corpo e é formada por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. “A maior parte dos casos de câncer se formam na epiderme, camada em que estão as células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à pele”, observa a médica dermatologista Renata Carrara Tavares (CRM: 19692 / RQE: 13155). 

É verdade que a pele funciona como barreira protetora, mas isso não faz com que ela seja impermeável, visto que diversos agentes externos podem ser absorvidos por ela, como a radiação ultravioleta. Idosos e crianças, por exemplo, têm a pele mais fina e se tornam mais vulneráveis aos raios solares.  

 

Principais fatores de risco

Confira os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença:

  • Cor da pele: pessoas de pele muito clara têm maior risco;  
  • Hereditariedade: o câncer de pele é adquirido com o tempo de exposição solar e com mudanças sobre pintas preexistentes, mas existem casos de pessoas que têm uma maior predisposição genética para desenvolver o câncer de pele, sobretudo o melanoma;
  • Exposição ao sol: trabalhadores que atuam ao ar livre, como os da construção civil, agricultores, pescadores, guardas de trânsito, salva-vidas, atletas e agentes de saúde, apresentam maior risco de câncer de pele não melanoma, por estarem expostos aos raios solares;
  • Idade: quanto mais idade, maior a chance de desenvolver o câncer de pele;
  • Bronzeamento artificial: essa prática para fins estéticos é proibida no Brasil desde 2009. A radiação UV pode levar ao melanoma; 
  • Radioterapia: a radioterapia trata outros tipos de câncer, mas pode fazer com que os pacientes passem a ser mais propensos a desenvolver o câncer de pele;
  • Histórico: quem já teve câncer de pele pode apresentar outras lesões, por isso, é um cuidado que deve ser tomado ao longo de toda a vida;
  • Uso de imunossupressores: medicamentos que evitam a rejeição de órgãos transplantados elevam a chance do desenvolvimento de câncer de pele;
  • Doenças de pele: pacientes portadores de xeroderma pigmentosa têm risco aumentado. 

 

Tipos de câncer de pele

O câncer de pele se divide em três tipos principais, segundo Renata: 

  • Carcinoma Basocelular: é o mais prevalente e surge nas células basais, na parte mais profunda da epiderme. Esse tipo de câncer é de crescimento lento em áreas expostas ao sol, podendo até ser confundido com outras doenças de pele. “É necessário ter atenção, pois os sintomas são parecidos com o de outras doenças. Em geral, manifesta-se como uma mancha avermelhada, brilhante e com uma crosta no meio que pode sangrar com facilidade”, explica Renata Tavares.
  • Carcinoma Espinocelular: é o segundo tipo de câncer de pele mais comum e ocorre nas células escamosas. É mais frequente em homens do que em mulheres. “O carcinoma espinocelular costuma ter coloração avermelhada e se parece com machucados ou feridas descamativas, que não cicatrizam e sangram às vezes. Podem ser parecidos com verrugas, por isso, é importante consultar um dermatologista caso haja alguma suspeita”, orienta.
  • Melanoma: apesar de ser o tipo menos frequente, tem o pior diagnóstico, uma vez que envolve maior risco de metástase. “O melanoma afeta os melanócitos, então a manifestação é sempre uma pinta ou sinal acastanhado ou negro que muda de cor, formato ou tamanho, podendo causar sangramento. As lesões podem surgir em áreas menos visíveis, mas são comuns nas pernas, pescoço, tronco e cabeça. A detecção precoce do melanoma traz grandes chances de cura”, indica a dermatologista. 

 

Preste atenção nas pintas!

Para identificar se uma pinta é uma lesão suspeita, existe a regra “ABCDE”, que funciona da seguinte maneira:

  • Assimetria: quanto mais assimétrica a pinta for, maior a chance de ser um câncer;
  • Bordas: atente-se também caso as bordas sejam irregulares;
  • Cor: pintas com mais de uma cor ou com tons de preto podem ser sinais de perigo;
  • Diâmetro: cuidado caso elas tenham mais de 5mm de diâmetro;
  • Evolução: caso haja mudança na cor, forma ou tamanho da pinta, procure um dermatologista. 

* Fique atento! Algumas lesões são consideradas pré-câncer, porque são condições causadas pela exposição excessiva ao sol que tem chance de se transformar na doença.  

 

Dicas de prevenção

A maior prevenção ao câncer de pele é evitar exposição aos raios UV. Confira algumas dicas: 

  • Use chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares;
  • Evite a exposição solar entre 10h e 16h;
  • Na praia ou na piscina, fique embaixo de barracas ou guarda-sóis. Use sempre o protetor solar;
  • Barracas de nylon praticamente não protegem contra os raios UV;
  • O uso de protetores solares deve ser diário, não só durante o verão ou na praia;
  • Tenha o hábito de observar a própria pele e fazer o autoexame em busca de pintas ou manchas suspeitas.

 

Como fazer o autoexame?

Examine seu corpo de frente e com os braços levantados em frente a um espelho. Depois, observe de costas e dos lados direito e esquerdo. Dobre os cotovelos e observe as mãos, antebraços, braços e axilas. Examine, também, as partes da frente, de trás e do lado das pernas e a região genital. Observe a planta e o peito dos pés, e também o espaço entre os dedos. Não esqueça de examinar o couro cabeludo, pescoço, orelhas, costas e nádegas. Se você perceber qualquer alteração na pele, consulte um médico.

 

Qual o melhor protetor solar?

Opte por produtos que oferecem proteção contra radiação UVA e UVB e que tenham FPS de no mínimo 30. O protetor deve ser espalhado de maneira uniforme e a primeira aplicação deve ser feita no mínimo 15 minutos antes de se expor ao sol, com reaplicações a cada duas horas ou após entrar na água. Consulte o dermatologista para que ele te indique o produto mais indicado para seu tipo de pele.

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