Estresse, uso de drogas e até mesmo genética são algumas das explicações da ciência para o surgimento do transtorno bipolar
A bipolaridade é considerada um dos quadros da depressão. É conhecida por crises de exageros. Dessa maneira, o transtorno bipolar faz com que o sujeito tenha episódios depressivos e também episódios de mania. “O período chamado de mania se configura quando a pessoa passa por momentos de extrema agitação e euforia. São períodos cíclicos alternados. Os episódios se repetem a intervalos menores com o passar dos anos, embora isso possa variar, existindo casos em que a pessoa tem apenas um episódio de mania ou de depressão”, explica a psicóloga Anne Karoline Ferreira.
Existem quatro tipos de bipolaridades, de acordo com o manual de psiquiatria atual (DSM V). “Eles vão variar de acordo com o período e frequências dessas alternâncias de episódios depressivos e de manias ou hipomanias apresentadas pelo indivíduo. Porém, todas apresentam mudanças claras no humor de energia e de nível de atividades diárias. Sendo esse, o fator primordial para diagnóstico”, diz a psicóloga.
Bipolaridade e transtorno de humor configuram-se a mesma coisa?
A bipolaridade ou transtorno bipolar é uma das classificações do que a psiquiatria denomina como Transtornos de Humor. Não é a mesma coisa, a depressão também se classifica como um dos transtornos de humor.
A bipolaridade têm causas genéticas, porém, a ciência ainda possui poucas descobertas sobre a temática. “Existem estudos que comprovam que se um dos genitores ou ambos apresentar o transtorno, as chances do filho também apresentar aumentam”, afirma a psicóloga.
Anne explica que em muitos casos, identifica-se sinais de bipolaridade na infância ou adolescência. “É importante salientar que com crianças e adolescentes o desafio pode ser ainda maior, pois as fases não são bem definidas. O transtorno no início na infância e adolescência normalmente está associado a outras comorbidades. Ele pode se instalar paralelamente a um transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos de conduta, transtornos ansiosos ou mesmo com transtornos alimentares”, diz Anne.
O papel da família
Durante uma crise de depressão, por exemplo, o indivíduo pode apresentar sintomas que evidenciam o risco de suicídio. Da mesma maneira, em fases de mania, o sujeito pode apresentar comportamentos que ofereçam risco a sua vida como ingestão abusiva de álcool. “Portanto, o papel da família é fundamental não somente para suporte emocional e rede de apoio como também para o cuidado dos comportamentos de risco a vida” afirma Anne.
O tratamento deve ser realizado de maneira simultânea entre psicoeducação sobre a doença, medicação e psicoterapia. Os pais e o restante da família também devem ser apoiados para compreender melhor o transtorno.
“Há registros de que grande parte das pessoas que sofrem de transtorno bipolar também desenvolvem compulsões. O vício em álcool e drogas é recorrente, o que leva o paciente à confusão mental. O indivíduo passa a agir de forma impulsiva, perde o senso de perigo e, levado pelo excesso de autoconfiança, perde o medo em situações de risco”, explica à psicóloga. Esses comportamentos são denominados como mania. Comportamentos de hipomania são aqueles considerados de menor intensidade se comparados aos de mania.
O transtorno bipolar é uma doença mental que demanda delicadeza dos profissionais envolvidos para conclusão de diagnóstico devido às mudanças de humor serem consideradas normais no ser humano, o que se deve manter a atenção é com a intensidade e tempo de tais alternâncias, os impactos desses episódios na vida do indivíduo e seu círculo social uma vez que, o transtorno acaba por comprometer o funcionamento global, relacionamento familiar e social, além de provocar prejuízos ocupacionais.