A doença, que é inflamatória, tem origem autoimune e pode afetar múltiplos órgãos e tecidos

Lúpus é um distúrbio crônico que faz o sistema imunológico produzir anticorpos em excesso sem um motivo aparente. De acordo com a médica dermatologista Renata Tavares (CRM 19692), a doença afeta mais as mulheres que os homens e mais adultos jovens que crianças e idosos. “Trata-se de uma doença crônica em que é importante o tratamento contínuo e a monitorização para avaliar a atividade da doença. Como a pele é afetada em 80% dos pacientes, o médico dermatologista é frequentemente o responsável pelo diagnóstico”, alerta.

A doença pode se manifestar de formas diferentes, de acordo com o órgão afetado, e isso, às vezes, retarda o seu diagnóstico. “Na pele, frequentemente se apresenta como sensibilidade ao sol, nas áreas expostas, como face, colo e braços. Manchas avermelhadas que podem descamar e deixar até cicatrizes são comuns. Em áreas como pelos, como o couro cabeludo, pode causar queda nos cabelos, dores nas articulações, mal-estar, perda de apetite e de peso”, ressalta Dra, Renata.

Em alguns casos, é possível que a doença afete órgãos internos, podendo haver dor e dificuldade para respirar, redução do funcionamento dos rins, desmaios, convulsões e tromboses. “Geralmente, o diagnóstico depende da comprovação da agressão ao órgão afetado pelo lúpus e de exames laboratoriais. A forma cutânea pode manifestar-se com lesões avermelhadas, em áreas fotoexpostas, ardor, escamação, lesões em face podem assumir aspecto em asa de borboleta acometendo bochechas e região nasal, nas formas mais agudas e subagudas”, salienta a médica dermatologista.

Tratamentos

Além da proteção solar de maneira rigorosa, as diferentes formas de lúpus demandam vários tipos de tratamento. Em quase todos os casos, o uso de medicamentos antimaláricos reduzem a inflamação da pele, articulação e rins. “O lúpus da pele pode ser tratado com cremes ou injeções locais com medicação que reduzem a inflamação, formas pulmonares, renais e cerebrais de lúpus necessitam de outras drogas que reduzem a imunidade (imunossupressoras), e que, muitas vezes, requerem internação hospitalar ou infusões diretamente na veia”, afirma a profissional.

Prevenção

Como a doença ocorre por predisposição genética, não há medidas específicas que previnam seu surgimento. Porém, o diagnóstico e início do tratamento precoce levam a um menor dano no organismo. “Pacientes diagnosticados com lúpus devem se proteger do sol com atitudes que minimizem sua exposição no dia a dia e no trabalho, além do uso de filtro solar diariamente. A exposição solar pode levar à atividade da doença”, destaca Renata Tavares.

O cigarro é outro inimigo da saúde de modo geral, mas também em casos de prevenção ao lúpus. Em casos de pacientes com a doença, fumar ou conviver com quem fuma aumenta a atividade da doença e reduz a eficácia dos tratamentos. A gravidez pode levar à piora do lúpus em metade das pacientes, além de oferecer risco de aborto. De acordo com a médica dermatologista, até que a doença esteja adequadamente controlada, a gravidez deve ser adiada.

Nos casos em que o lúpus afeta apenas a pele, o prognóstico é excelente, com controle completo da doença. “Finalmente, os pacientes com lúpus devem fazer seguimento médico, mesmo se estiverem sem sintomas. A doença tem caráter crônico e pode retornar de forma silenciosa”, alerta a Dra. Renata.

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