senhora fazendo exame Glaucoma

O glaucoma é o maior causador de cegueira irreversível no mundo. Conheça quais os sintomas e o que fazer para prevenir e tratar essa doença que pode afetar a sua visão

O inimigo número da boa visão. É assim que podemos definir o Glaucoma, maior causador da cegueira irreversível no mundo. Informações da Associação Mundial do Glaucoma, apontam que 4,5 milhões de pessoas perderam a visão devido a esse problema.

A estimativa feita pela OMS em seu Relatório Mundial da Visão é de que em 2020, ao redor do globo, 76 milhões de pessoas apresentavam um quadro de glaucoma causado pelo envelhecimento.

Segundo o mesmo documento, o número deve chegar a 95,4 milhões até 2030. Já no Brasil, as estimativas são de que cerca de 2 a 3% da população brasileira acima de 40 anos, algo em torno de 1,5 milhão de pessoas, têm a doença.

A doença, segundo a médica oftalmologista Eliana F. Pires (CRM/PR 13.614/ RQE 6128), é causada pelo aumento da pressão intraocular, geralmente devido a um bloqueio do fluído no interior do olho.

“Com o tempo, isso causa dano ao nervo óptico e,  se não for devidamente tratado, leva à perda gradual e irreversível da visão”, explica. 

Tratamentos para o glaucoma

Além de ser uma doença crônica, o glaucoma não possui cura. Apesar do quadro parecer desanimador, a verdade é que os casos podem ser controlados. O segredo para isso é o tratamento contínuo e realizado de forma correta. 

E aqui, vale aquela velha máxima: quanto antes acontecer o diagnóstico, maiores são as chances das coisas não piorarem. Assim, pode-se evitar a perda de visão.

A Dra. Eliana explica que são tomados alguns caminhos para tratar o glaucoma. Inicialmente é prescrito o uso de colírios que baixam a pressão intraocular.

“Já a terapia com laser é indicada quando o tratamento com o colírio não é capaz de conter níveis elevados de  pressão. O procedimento cirúrgico é a última opção de tratamento”, complementa.

Glaucoma é desconhecido pela população

Buscando entender o quanto as pessoas entendiam a respeito dessa doença, IBOPE Inteligência realizou a pesquisa Um Novo Olhar para o Glaucoma. Os dados, que são 2020, apresentaram que: 

  • 41% das pessoas entrevistadas não sabiam o que é glaucoma;
  • 53% desconheciam que a doença possui a maior probabilidade de um quadro de cegueira irreversível;
  • 39% desconheciam sua probabilidade de cegueira;
  • 47% acreditavam ser mito ou desconheciam a relação com a hereditariedade;
  • 90% não sabiam que a população negra faz parte do grupo de risco.

Inimigo silencioso

Levar conhecimentos sobre o Glaucoma ao público é uma tarefa de extrema necessidade. A Dra. Eliana lembra do alerta da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) sobre essa doença. Pelo fato de ser assintomática e progressiva, muitas pessoas só descobrem que têm glaucoma quando a perda da visão já é irreversível.

Outro dado bastante preocupante que vem da SBG diz respeito ao desconhecimento em geral sobre a doença. Estima-se que em países em desenvolvimento 90% da população desconhece o problema.

Na guerra contra o Glaucoma, o conhecimento é a maior arma. Conhecer sobre a doença e acompanhar a saúde da visão são primordiais para evitar a evolução dos quadros. Por isso, quem se encaixa nos fatores de risco (saiba mais no box) deve manter visitas  periódicas  ao oftalmologista. Esse é o caminho para detecção e tratamento precoce, evitando maiores complicações.

Com esse cenário em mente, a SBG define seus objetivos para o futuro.

“Nosso grande desafio é informar a população e promover seu acesso aos exames diagnósticos e tratamentos adequados, evitando que tantas pessoas fiquem cegas”, diz um texto da entidade sobre a campanha do Dia Nacional do Glaucoma.

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Principais fatores de risco do Glaucoma

  • Pessoas com história de glaucoma na família; 
  • Indivíduos com pressão intraocular elevada;
  • Descendentes hispânicos ou afrodescendente, com mais de 60 anos;
  • Diabéticos; 
  • Usuários de esteroides por um longo tempo
  • Portadores de lesões oculares  

Projeto #deolhonoglaucoma

Pensando em ajudar a informar os habitantes de Guarapuava sobre essa doença e fazer coro aos eventos ligados ao Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, surgiu o projeto #deolhonoglaucoma.

A iniciativa foi posta em prática no dia 26 de maio. Na oportunidade ocorreu a divulgação sobre essa doença no Centro Universitário Campo Real. A ação é encabeçada pela Dra. Eliana, que é professora do curso de medicina da instituição, além de ser orientadora da Liga Acadêmica de Oftalmologia da Campo Real e Porta-voz da SBG na cidade.

“É com grande satisfação que recebemos a mais este chamado do Conselho  Brasileiro de Oftalmologia e a SBG, para que exerçamos  mais uma vez liderança junto a  nossa comunidade realizando a campanha em Guarapuava. A finalidade é de tentar contribuir na divulgação, esclarecimento e orientação com relação aos cuidados para evitar a cegueira por glaucoma”, lembra a médica

Ela recorda ainda que é função daqueles ligados à oftalmologia, sejam profissionais ou alunos, conscientizar a população, em especial aqueles que têm familiares com glaucoma.

“Nossa iniciativa tem como objetivo chamar a atenção de autoridades e formadores de  opinião sobre a magnitude do problema, que deve se acentuar com o aumento da expectativa de vida da população” ressalta a médica e professora.

Sobre a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG)

É uma organização sem fins lucrativos, criada pelos especialistas da área, com o objetivo de  incentivar, aprimorar e difundir os estudos e pesquisas sobre glaucoma. Fundada na década de 1980, durante o XXI Congresso Brasileiro de Oftalmologia, é atualmente presidida pelo oftalmologista Dr. Roberto Pedrosa Galvão Filho. 

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