O alerta é recente e vem de um estudo importante de pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. A pesquisa avaliou a relação de diferentes tipos de endometriose e o risco de câncer de ovário. Os pesquisadores concluíram que as mulheres que têm endometriose têm 4 vezes mais chances de desenvolver o câncer de ovário. Esta é a quinta principal causa de morte por câncer em mulheres do mundo todo.
Sendo assim, a campanha Setembro em Flor reforça a importância da rotina ginecológica para mulheres de todas as idades, especialmente aquelas com endometriose, que apresentam maior suscetibilidade ao câncer de ovário, uma doença sem sintomas e sem formas de rastreamento.
DIAGNÓSTICO
Diagnosticar e tratar a endometriose é um passo fundamental para identificar o câncer de ovário, que também pode se desenvolver em função da idade avançada, do histórico familiar da paciente e de mutações genéticas. Considera-se esse tipo de tumor altamente letal devido à dificuldade de descobri-lo precocemente. Não existe rastreamento para o câncer de ovário, que é geralmente encontrado em estágios avançados, dificultando o tratamento, como explica Leonardo Silva, oncologista clínico. “É necessário falar sobre isso, porque 7 em cada 10 mulheres descobrem o câncer de ovário em estágio avançado. A endometriose agora é um caminho que pode fazer toda a diferença para a paciente”, explica o oncologista.
A endometriose atinge mulheres em idade reprodutiva e se caracteriza pelo crescimento do tecido endometrial fora do útero. Esse tecido é a camada mais interna do órgão, que se descama durante a menstruação.
CAMPANHA
Cerca de 10% das mulheres do mundo têm a doença, que é responsável por uma dor pélvica crônica e pela infertilidade. Mulheres cuja endometriose acomete os ovários e/ou outros órgãos profundos têm 10 vezes mais chances de desenvolver o câncer de ovário em todos os subtipos. Além disso, esse risco chega a ser 19 vezes maior para tumores como endometrioide, células claras, mucinoso e seroso de baixo grau, que são mais agressivos e menos responsivos à quimioterapia.
“É fundamental observarmos esses fatores de risco nas pacientes, em especial a endometriose, reforçando assim, a importância delas cuidarem dessa condição, que pode ser um indicativo importante”, alerta Leonardo Silva.
Dessa forma, o apelo é para que as mulheres possam compreender a necessidade de manter uma rotina ginecológica, fazendo atenção aos exames necessários e garantindo o acompanhamento de um profissional da ginecologia, capaz de tratar a endometriose e prestar atenção a sintomas que podem indicar câncer de ovário e geralmente são confundidos com outras condições. A paciente diagnosticada com endometriose precisa dessa atenção direcionada.