No dia mundial da alergia, 08 de julho, preparamos uma especial com informações sobre as alergias mais comuns e como preveni-las
Uma reação do organismo a algum elemento. De maneira geral, é assim que pode ser definida uma alergia.
A verdade é que as reações alérgicas, das mais diferentes origens, são uma realidade para diversas pessoas. Afinal de contas, quem é que nunca deu uma reclamadinha da rinite, por exemplo?
A Organização Mundial da Saúde, a OMS, estima que 30% da população brasileira sofre com algum tipo de alergia.
Preparamos esse especial falando sobre os principais tipos e o que pode ser feito para enfrentá-las:
Alergia respiratória
Exemplos desse tipo de alergia é a famosa rinite. Elas são causadas pela exposição das vias aéreas superiores a agentes externos.
“A rinite é uma irritação, uma resposta imunológica da mucosa do nariz. Ela faz com que a pessoa sinta coceira nos olhos, espirre, fique com o nariz trancado e com coriza, dor de cabeça, entre outros sintomas”, explica o otorrinolaringologista Rodrigo Pereira.
Poeira e ácaros são os principais inimigos quando o assunto é alergia respiratória. Nesse sentido, é importante manter a higiene do ambiente. Dessa maneira, conseguimos diminuir o contato da mucosa nasal com os micro-organismos desencadeantes da alergia.
Outra dica é fazer uma hidratação usando soro fisiológico no nariz. Dessa forma é possível também remover secreções. Além disso, recomenda-se o uso umidificadores em ambientes muito secos.
“Existem também medicamentos chamados corticoides nasais. Eles fazem o tratamento de manutenção e são usados por um longo período. Uma forma de evitar que a pessoa tenha crises”, completa o médico.
Alergia alimentar
Ela é causada pela sensibilidade a alguns elementos da alimentação. De modo geral, é uma resposta exagerada do sistema imunológico a determinadas proteínas presentes nos alimentos.
A depender do grau, a alergia alimentar deixa de ser apenas a indisposição de comer algo, se tornando um risco de vida. Um levantamento realizado, em 2020, pelo Instituto Locomotiva para o Projeto Alergia Alimentar Brasil, aponta que mais de 22 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de restrição alimentar. Na prática, esse número representa algo em torno de 14% dos indivíduos que vivem no país.
Entre os principais sintomas estão coceiras na região da boca, irritação cutânea e até mesmo dificuldades para respirar.
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), são mais de 170 opções consideradas alergênicas. Mas, a maior parte dos diagnósticos é causada por uma pequena parcela desses alimentos.
A dica para evitar acidentes é prestar atenção nos rótulos. É o que esclarece a nutricionista Solange Cassar, diretora da Normalize Segurança Alimentar.
“Existe uma legislação específica que determina a lista de alimentos alergênicos. Ela determina que estes precisam ser corretamente identificados nos rótulos dos produtos industrializados. Alguns fabricantes optam por apresentarem a listagem inteira, pois, como processam alimentos alergênicos no mesmo ambiente, ou equipamento, fica impossível garantir que não haverá contaminação cruzada”.
Caso esteja comendo em um restaurante, é preciso prestar atenção também. “Uma das minhas recomendações é você visitar a cozinha do local e conferir os procedimentos adotados para evitar uma contaminação indesejada. Se você não sentir confiança, o ideal é procurar outro local”, sugere a nutricionista.
Alergia de pele
Elas costumam ser reações inflamatórias que se manifestam em diversas regiões do corpo. Geralmente, esse tipo de alergia se apresenta pela irritação da epiderme, apresentando diferentes sintomas:
- Coceira;
- Manchas vermelhas no local exposto;
- Irritação;
- Ardor;
- Surgimento de bolhas;
- Descamação;
As origens podem ser tão diversas quanto os locais e sintomas de uma alergia à pele. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a SBD, o contato com os seguintes elementos podem desencadear uma reação:
- Plantas;
- Metais presentes em bijuterias, relógios e acessórios;
- Medicamentos tópicos: antibióticos, anestésicos e antifúngicos;
- Perfumes;
- Xampus;
- Condicionadores;
- Cremes hidratantes;
- Esmaltes de unhas;
- Roupas e tecidos sintéticos;
- Detergentes e solventes;
- Adesivos;
- Materiais de construção como cimento e tinta de parede;
- Óleos e graxas.
Para o tratamento, ainda de acordo com a SBD, as recomendações variam de acordo com a gravidade de cada caso. Podem ser indicados ao paciente, sempre sob acompanhamento, medicamentos de via oral ou injetável.
Cremes ou pomadas de corticosteroides também são uma opção, principalmente para reduzir a inflamação da pele.
Vale ressaltar que as indicações devem partir de um médico dermatologista. Sob hipótese alguma o paciente deve se automedicar. Quando o assunto é pele, um cuidado a ser tomado é evitar remédios e soluções caseiras, como explica a médica dermatologista Renata Tavares.
“Os remédios caseiros que levam ervas e plantas de uso tópico, com frequência, causam irritações, alergias e até queimaduras (fitofotodermatoses). Isso, muitas vezes, pode agravar o problema original”, comenta.
Para prevenir alergias de pele é fundamental afastar o agente alérgeno assim que identificado. Além disso, caso a reação seja fruto de alguma exposição em ambiente de trabalho, é fundamental reforçar o uso dos equipamentos de proteção individuais, os EPIs.
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