Descobrir o quanto antes a dermatite atópica e fazer acompanhamento em um médico dermatologista melhora as condições de quem sofre desse mal crônico da pele. Por Renata Tavares (CRM 19692)
A dermatite atópica é uma doença alérgica de pele, crônica, genética e não contagiosa. Ela se manifesta por coceira intensa da pele, pele seca descamativa, áspera e por vezes avermelhada.
Nessa dermatite há uma diminuição do fator de hidratação e proteção natural da pele, que é uma camada de substâncias que formam um manto protetor.
O atópico tem uma tendência a ter a pele facilmente irritável com vários agentes externos, como:
- Perfumes;
- Sabonetes;
- Detergentes;
- Xampus;
- Água quente;
- Alguns alimentos;
- Ácaros;
- Pólen;
- Mofo;
- Mudanças climáticas abruptas;
- Roupas de lã e tecido sintético;
- Estresse emocional.
É comum o início já desde a infância, sendo que muitas vezes se inicia no recém-nascido ou quando ocorre a introdução de alguns alimentos, ou mesmo leite de vaca. Nesses casos apresenta muitas lesões e eritema (vermelhidão) principalmente na face e pescoço. O bebê não tem aquela pele macia típica da fase e sim com textura alterada, mais seca e áspera.
Com o crescimento na infância (fase pré-puberal) e na fase adulta as lesões tendem a aparecer mais em áreas de dobras flexurais como nos antebraços e atrás dos joelhos, causando placas já mais secas e aspecto crostoso.
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Causas da Dermatite Atópica
Pode ou não estar associada a alergias respiratórias, como rinite alérgica e asma, e, em alguns casos, pode-se observar certa melhora e diminuição das crises com o decorrer da idade.
As crises de dermatite são reincidentes, com alguns intervalos de melhora e, dependendo do tratamento instituído, do grau e extensão do prurido, podem surgir lesões no corpo inteiro e por vezes pode haver contaminação bacteriana secundária, o que piora o quadro.
Com isso, o paciente torna-se mais irritado, ansioso e até seu sono pode ser comprometido.
Desta forma fica claro que se trata de uma doença de pele muito importante e o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para uma melhor qualidade de vida.
Tratamentos da Dermatite Atópica
Entre as maneiras de tratar existem as medidas locais, como ambiente arejado e bem limpo evitando ácaros, poeira e mofo, por exemplo.
Além disso, os banhos devem ser mais rápidos, com pouco sabonete e evitando água muito quente, para não desidratar ainda mais uma pele que já é mais seca. Ainda nesse sentido, o sabonete deve ser infantil, sem perfume e usado em pouca quantidade.
Outro ponto a prestar atenção é a hidratação, que deve ser feita com creme e loções específicas, também sem perfume e hipoalergênicas, todos os dias. Recomenda-se, evitar perfumes em contato direto com a pele, não usar roupas de tecidos sintéticos, de lã, ou felpudos.
Como na infância pode estar relacionado a alguns alimentos, é importante esta investigação. Após se chegar a uma causa, deve-se afastar o produto em questão. Em adultos é mais difícil a relação entre a crise da Dermatite Atópica e o fator alimentar.
Sobre as lesões e áreas de coceira usar pomadas ou cremes antialérgicos prescritos por médicos. Bem como, antialérgicos e medicamentos orais estabilizadores do prurido. O tratamento medicamentoso é muitas vezes prolongado.
Outra via para controlar a doença é por meio de corticoides orais, ou até injetáveis, e imunossupressores. Isso dependerá da gravidade e disseminação do caso.
Mais recentemente, medicamentos inovadores chamados imunobiológicos passaram a ser utilizados. São alternativas com efeito mais direto sobre a dermatite e com menos efeitos colaterais.
Em casos em que o componente emocional se torna associado às crises psicoterapia pode ser um aliado ao tratamento dermatológico.
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