O câncer do colo do útero é uma neoplasia de fácil diagnóstico e de altas taxas de cura quando detectado em fases iniciais.
Apesar de ser um câncer com praticamente 100% de chances de cura em suas fases iniciais, até mesmo pela facilidade do diagnóstico, o câncer do colo do útero ainda é bastante incidente no público feminino e, muitas vezes, é descoberto somente no estágio final da doença. “O câncer é uma doença desenvolvida pelo crescimento anormal e agressivo das células presentes no colo do útero”, explica o cancerologista, Anderson Vinicius Kugler Fadel.
Diferente dos outros tipos de câncer, como o de mama e de pulmão, o câncer do colo do útero dificilmente se espalha para outros órgãos distantes. “Esta neoplasia ataca a região do colo do útero podendo apresentar crescimento invasivo e agressivo localmente, quando não diagnosticado e tratado em fase inicial, para a bexiga, reto e parede pélvica”, diz Fadel.
Os principais sintomas do câncer do colo do útero são: sangramento vaginal acentuado, principalmente fora dos ciclos menstruais ou em mulheres em menopausa, corrimento com odor fétido, além de dor e sangramento durante a relação sexual. No estágio inicial, segundo Fadel, a neoplasia é assintomática e pode ser detectada com a realização do exame de Papanicolaou, conhecido popularmente como exame preventivo do câncer do colo do útero. Mulheres com vida sexual ativa devem fazer anualmente este exame para verificar a saúde do órgão e prevenir-se da doença. “Se todas as mulheres fizessem uma vez por ano o exame, o câncer do colo do útero teria cura praticamente em todos os casos”, aconselha o médico.
Nas fases primárias, o câncer do colo do útero não é maligno. As lesões intra-epiteliais cervicais (NIC), conforme o cancerologista, são divididas em três estágios – Nic I, Nic II, Nic III – e são chamadas de pré-malignas ou pré-cancerosas. “Estas lesões se não forem tratadas vão evoluir para um câncer maligno e dificultar o tratamento diminuindo as chances de cura que nestes estágios são de praticamente 100%”, ressalta Fadel. Por isso, ao perceber qualquer alteração incomum é recomendado procurar por atendimento médico.
Fatores de risco
Vários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, dentre eles estão associados às baixas condições sócio-econômicas, início precoce da atividade sexual, multiplicidade de parceiros sexuais, relação sexual sem camisinha e tabagismo (relacionado à quantidade de cigarros fumados). Outro fator importante para o desenvolvimento da neoplasia e sua transformação em células cancerosas é o vírus do papiloma humano (HPV). “O vírus HPV é uma das principais infecções relacionado à doença, sendo transmitido por via sexual”, constata o cancerologista. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), este vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero.
