riscos da automedicação

A maioria dos medicamentos adquiridos sem prescrição médica são analgésicos, relaxantes musculares e anti-inflamatórios. Entre os riscos da automedicação estão eventos adversos e agravamento dos quadros.

Quando aparece uma dor na cabeça, ou no corpo, é comum que muitas pessoas busquem por medicamentos que possam aliviá-las. Mas, nem sempre é bom resolver esses incômodos sozinho.

O consumo de analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos podem aliviar momentaneamente os sintomas. Porém, sem prescrição médica, a saúde do corpo pode ser posta em risco.

Com dados mais recentes do portal do Sinitox, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, ligado à Fiocruz, entre os anos de 2010 e 2017, dos 565.271 casos de intoxicação notificados no Brasil, 298.976 foram causados por medicamentos. Deste total, 42.968 dos casos notificados ocorreram de modo acidental.

Ainda conforme o levantamento, dos 200 óbitos registrados por intoxicação humana por agente tóxico, 50 foram de origem medicamentosa.

riscos da automedicação
Querer resolver as coisas por conta própria para economizar não é uma boa. Além de te expor aos riscos da automedicação pode se reverter em mais gastos no futuro.

“A ideia de economizar tempo ou dinheiro que seriam ‘perdidos’ com uma consulta, pode se tornar danosa. Isso é devido a possibilidade de desenvolver problemas mais graves, que podem vir em advento ou da dose errada, do evento adverso, ou do agravamento de uma condição mais séria que foi mascarada pelo uso de algum medicamento”, explica a enfermeira Mariana Makuch Martins (COREN 000.630.831).

Antes que uma fórmula chegue até as prateleiras das farmácias, com venda e consumo autorizados, são realizados anos de estudo e avaliações criteriosas. A ideia é compreender os males ou benesses que estes podem causar ao corpo humano.

De acordo com a enfermeira, para evitar a ineficácia e o excesso de algum medicamento, é determinada a posologia. Esse processo consiste na dosagem do remédio, proveniente de um amplo estudo prévio. Essas pesquisas consideram:

  • composição;
  • condições do indivíduo que consome;
  • resultados esperados.

“Infelizmente, mesmo com todo o avanço tecnológico e teórico-científico que temos à nossa disposição, ainda é pouco para compreender 100% o funcionamento de um medicamento dentro do organismo”, completa.

A ação dos medicamentos no corpo

Todas as células do corpo humano possuem receptores. Os medicamentos atuam por interação com eles, inibindo ou intensificando alguma função celular.

O problema acontece quando os medicamentos agem auxiliando em um local e desregulando outro.

O fenoterol, por exemplo, é utilizado no esquema de tratamento para doenças obstrutivas do pulmão. Mesmo quando usado na dose correta tende a produzir agitação e acelerar os batimentos cardíacos.

Assim como o fenoterol, existem outros medicamentos que também passam por esse problema, como anti-inflamatórios.

“Mesmo que sejam específicos para estabelecer uma determinada função. Ou que sejam utilizados criteriosamente dentro da dose correta, um medicamento pode ser incompatível com determinada condição do indivíduo. Além de poder apresentar reações adversas”, menciona Mariana.

riscos da automedicação
Consultar um médico especialista é sempre a melhor alternativa para se evitar os riscos da automedicação.

É por isso que em muitos casos a venda só é permitida sob prescrição. Médicos e farmacêuticos entendem a dose adequada a ser administrada. Eles também fornecem orientações sobre as reações adversas e como proceder, caso ocorram.

“Eu, como profissional da saúde, tenho conhecimento em decorrência dos anos de estudo e prática. Assim, consigo compreender grande parte do que está escrito em uma bula. Outra coisa é que consigo imaginar o que esperar após o uso da medicação. Agora pensa em uma pessoa leiga?”, reflete.

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Diminuição dos sintomas sem correr os riscos da automedicação

Caso surja uma dor de cabeça, no corpo ou resfriado que atrapalhem a sua produtividade e rotina, alguns processos simples podem ser realizados, sem que seja necessário a ingestão de remédios. De acordo com Mariana, você pode realizar os procedimentos dessa lista.

Febre

conferir se há alterações na temperatura, principalmente aparecimento de febre ou outros sintomas. Caso haja febre baixa:

  • Tomar um banho (evitar molhar o cabelo, caso o molhe, recomenda-se que seja bem secado);
  • Aplicar compressas com água em temperatura ambiente embaixo das axilas e ao redor do pescoço.

Caso não resolva e a febre supere 38,0°C, é necessário procurar um médico, pois pode se tratar de algo mais sério.

Vômito e diarreia

no caso de vômito e/ou diarreia, por curto período de tempo (1 dia), procure:

  • Se hidratar;
  • Consumir repositores isotônicos (que contenham sódio, potássio e carboidratos principalmente);
  • Se alimentar adequadamente, com refeições leves e nutritivas.

Coriza

se estiver com coriza, ou congestão nasal:

  • Fazer uma lavagem nasal com 5-10mL de soro fisiológico, injetado de forma única e rápida em cada narina, pode auxiliar na liberação da via aérea;
  • Consumir bastante água, no mínimo 3L/dia, ajuda a manter o corpo hidratado, o que também auxilia na fluidificação das secreções do nariz, por exemplo.

Caso os sintomas persistam, o ideal é procurar um médico especialista.

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