tecnologia no combate a dengue

Aplicativo fala saúde é mais um aliado nos esforços para combater o Aedes Aegypti, o famoso mosquito da dengue

Foi em Curitiba, no final do século XIX os primeiros relatos de dengue registrados no Brasil. A cidade, que na época era só um relance da pulsante capital paranaense que se tornaria nas décadas que se seguiram, é uma prova de que a luta contra o Aedes Aegypti é antiga. 

As recomendações para acabar com o vetor da dengue, além de outras doenças como Zika, Chikungunya e Febre Amarela não são muito diferentes hoje do que eram à época.

Mas, em 2021 um novo aliado surgiu na luta, ao menos em Guarapuava.

E a ajuda vem do bolso. Neste ano, o aplicativo de celular Fala Saúde, disponível no município, passou a alertar seus usuários quando é identificado um foco do mosquito próximo a sua localização.

A ideia é que com a notificação, as pessoas prestem mais atenção aos sinais e redobrem cuidados, tanto para enfrentar o mosquito, quanto para agilizar e facilitar os atendimentos. 

“É justamente para a gente orientar aquela pessoa que se for picada por um mosquito, e sentir sintomas parecidos com a dengue, zika ou chikungunya, procure uma unidade de saúde para fazer seu estadiamento, classificação e manejo clínico”, explica a chefe da Divisão de Vigilância Ambiental de Guarapuava, a enfermeira Suzana Souza (Coren/PR 416.313).

Além disso, ao receber o aviso, é importante que o morador da região siga todos aqueles cuidados que as campanhas de prevenção costumam avisar: eliminar possíveis criadouros, retirando a água parada, ou então, enchendo de areia.

Como as informações são obtidas

Para apontar os locais onde está havendo a reprodução desse inseto, são utilizados dados do Plano Nacional de Combate a Dengue, o PNCD. São as famosas visitas de agentes da fiscalização sempre vistas na televisão.

Os cidadãos também podem contribuir. Caso possíveis áreas onde esteja ocorrendo a reprodução ou que haja a presença do mosquito sejam observados, uma denúncia pode ser feita pelo telefone 156.

Dengue em Guarapuava

Existe uma crença de que temperaturas mais baixas não agradam ao Aedes Aegypti, portanto em locais mais frios, como em nossa cidade, a espécie “não se cria”. A verdade é que ele bate as asas por aqui sim.

O que acontece é que durante o inverno, por exemplo, ocorre uma atividade mais baixa do mosquito. Mas isso não quer dizer que não exista. Além disso, os ovos podem sobreviver em locais secos por até 450 dias.

Suzana explica que Guarapuava tem no momento uma situação privilegiada, já que luta apenas contra o vetor, não registrando casos autóctones, ou seja, contraídos aqui. Das pessoas que foram atendidas com Dengue no sistema municipal, todas se infectaram em outras cidades.

Casos de pessoas que procuraram uma unidade de saúde com algum dos sintomas de dengue foram 13, sendo que um deles segue em investigação e lembrando que segundo a Chefe da Vigilância Ambiental, foram contraídos fora da cidade.

“Em relação ao número de focos encontrados no município foram 115”,  finaliza.

As doenças causadas pelo Aedes Aegypti

Dengue:

Febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. O corpo pode dar sinais de prostração e fraqueza. Casos graves incluem também sangramentos nas gengivas e no nariz, além de dores abdominais, vômitos, sonolência, hipotensão e tontura. Em casos extremos a dengue pode matar.

Febre Chikungunya:

Dor nas articulações dos pés e mãos (mais intensos que da dengue). Febre repentina e superior a 39 graus, dor de cabeça, dor muscular e manchas vermelhas na pele.

Zika Vírus:

Manchas vermelhas na pele com coceira, febre e olhos vermelhos (sem coceira e secreção). Podem ocorrer ainda inflamação ou dor nas articulações, nos músculos, na cabeça e nas costas. Pesquisas investigam a associação da doença com a síndrome de Guillain-Barré (inflamação dos nervos) e com casos de microcefalia em bebês de gestantes contaminadas.

Febre Amarela:

Calafrios, fadiga, febre, mal-estar ou perda de apetite. Dores locais nas costas, abdômen ou músculos, presença de  náusea ou vômito. Além disso, também podem ocorrer delírios, dor de cabeça, pele e olhos amarelados ou sangramento.

Caso perceba a presença desses sintomas procure atendimento médico.

Fonte: Vigilância Ambiental de Guarapuava e Hospital Israelita Albert Einstein 

Dicas de prevenção

  • Eliminar os criadouros (objetos que possam acumular água);
  • Ovos são eliminados com lavagem utilizando escova ou esponja;
  • Larvas e pupas são enfrentadas com a eliminação da água parada;
  • Uso de repelentes à base de Icaridin, DEET ou R3535 irá ajudar. Lembrando que os produtos precisam ser aprovados pela Anvisa.

Fonte: Vigilância Ambiental de Guarapuava 

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