As técnicas de reprodução assistida contribuem para a realização de ter filhos.
Casar e construir uma família com filhos é o sonho de muitos casais. No entanto, muitas vezes quando decidem que está na hora de aumentar a família, alguns casais acabam tentando durante meses e não conseguindo engravidar de forma natural. A infertilidade, conforme o ginecologista com pós graduação em infertilidade conjugal e reprodução assistida, Dr. Helio Delle Donne Junior, é definida como a incapacidade de um casal engravidar espontaneamente, após um ano de relações sexuais sem o uso de qualquer método contraceptivo.
Segundo o médico, aproximadamente 10% a 15% dos casais são inférteis, tendo como causas relacionadas ao homem aproximadamente 40% das vezes e do mesmo modo, em 40%, das mulheres, sendo os outros 20% distribuídos entre problemas relacionados a ambos e a causas desconhecidas. “Nesses casos, o primeiro passo é investigar a causa do problema e depois utilizar-se de uma das técnicas que auxiliam o encontro dos gametas para a fecundação do óvulo. As técnicas que podem ser utilizadas são as de baixa complexidade – inseminação artificial, indução da ovulação, coito programado, ou as técnicas de alta complexidade – fertilização In Vitro (FIV) e Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide (ICSI)”, explica o ginecologista. Conforme ele, nas técnicas de baixa complexidade a fecundação ocorre no próprio organismo e, na maioria das vezes, é obtido o resultado esperado. Mas, quando o resultado não é alcançado passa-se para as técnicas de alta complexidade feitas quando a fecundação é promovida dentro de laboratórios especializados.
O tratamento para infertilidade pode ser realizado por qualquer casal que não consegue engravidar espontaneamente. “A recomendação para procurar auxilio de um médico especialista depende de cada caso, mas, geralmente, para os casais jovens é indicado após um ano de tentativas de engravidar sem sucesso”, afirma Delle Donne. A idade da mulher também é um dos fatores determinantes para direcionar o tratamento. “Quando a mulher tem mais de 35 anos ou se existe a confirmação de problemas atribuídos à infertilidade, como ovários policísticos, endometriose, gravidez tubária anterior, ciclos menstruais irregulares, reserva ovariana diminuída, alterações importantes no espermograma, o tempo de espera pode ser menor”, revela o ginecologista.
Além do serviço de reprodução assistida ser recomendado para casais com dificuldade de engravidar, pode ser utilizado por casais “normais” (sem problemas de fertilidade) que optam por ter uma gestação mais tarde, após sua estabilização econômica ou conclusão dos estudos, ou por simples conveniência. “Para essa situação é utilizado o método de congelamento dos óvulos e/ou do sêmen por tempo indeterminado, formas de preservação da fertilidade”, explica o médico.
A preservação da fertilidade, através dessas técnicas, também é um fator relevante para pacientes portadores de algumas doenças que podem comprometer a produção de óvulos e espermatozóides, e desta maneira, impossibilitar de terem filhos e construir uma família no futuro. “O câncer é uma das doenças capaz de trazer como consequência a infertilidade, pois ele pode afetar diretamente os ovários ou testículos levando a um comprometimento do funcionamento dessas glândulas, e mais comum que isso é o possível prejuízo que o tratamento para o câncer pode provocar nas funções dos órgãos. Como o tratamento, geralmente, utiliza a quimioterapia e radioterapia, e os agentes quimioterápicos tem efeito tóxico sobre esses órgãos. Já no caso da radioterapia quando realizada na região baixa do abdômen, poderá danificar ou até destruir os ovários”, informa o médico.