Ao lado do Sudeste, a região Sul deve ser uma das que apresentam maior número de casos de câncer. Oncologista destaca a importância da prevenção
O Instituto Nacional do Câncer (INCA), divulgou no final do último ano seu estudo trienal com o número esperado de novos casos de câncer no país até 2025.
Com a mesma metodologia utilizada pela International Agency for Research on Cancer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se cerca de 704 mil novas ocorrências ao ano. Cerca de 70% desse total nas regiões Sul e Sudeste.
Para chegar a essas informações, o órgão compila os dados sobre câncer e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
As estimativas do INCA apontam também para o aumento dos tipos de câncer de maior incidência. Para 2023, foram analisados 21 tipos, incluindo fígado e pâncreas, que não constavam em publicações anteriores. O câncer de pâncreas é um dos dez tipos de maior incidência na região Sul do Brasil, tendo a obesidade e o tabagismo como principais fatores de risco.
Monitorar e divulgar esses dados propiciam análises que irão respaldar planejamento e gestão de políticas públicas pelas entidades competentes, é isso que explica o oncologista André Sasse (CRM-SP 91.384).
Para o especialista, o aumento nos casos esperados é um sinal para que haja maior atenção. “Não basta apenas incorporar medicamentos ou tecnologias para tratar a doença, é preciso entender as condições que vêm provocando esse comportamento epidemiológico, para que possamos fazer algo pelo coletivo, preventivamente”, explica.
Principais tipos de câncer no Brasil
1º: de pele (não melanoma) – 31,3% dos casos
2º: de mama – 10,5% dos casos
3º: de próstata – 10,2% dos casos
4º: de cólon e reto – 6,5% dos casos
5º: de pulmão – 4,6% dos casos
6º: de estômago – 3,1% dos casos
Reflexos da pandemia e atenção à saúde
Uma preocupação de muitos especialistas do campo saúde durante a crise de Covid-19 pode estar tendo reflexo nos casos de câncer. Muitas pessoas passaram a deixar de lado os exames de rastreamento no período.
Esse cenário é potencialmente um agravante quando o assunto é câncer, já que pode atrasar o diagnóstico. “Quanto mais cedo a doença for identificada, maior a possibilidade do paciente responder bem ao tratamento, o que aumenta a chance de cura. Por isso, a rotina de exames é tão importante”, explica o oncologista.
A recomendação que fica é que se dê cada vez mais atenção à saúde. Alimentação saudável, atividade física diária e exames de rotina podem ajudar a prevenir muitos tipos de câncer. “É preciso que haja uma mudança de hábitos entre as pessoas, colocando a saúde como prioridade e como responsabilidade individual”, aponta o oncologista.
Prevenção ao câncer.
O Ministério da Saúde orienta que a prevenção a neoplasias deve envolver três tipos de medidas:
- Evitar a exposição a fatores de risco;
- Adotar hábitos de vida saudáveis;
- Tratar lesões pré-malignas.
Para que isso ocorra é importante:
- Não fumar
- Alimentação saudável
- Evitar a ingestão de álcool e consumo exacerbado de alimentos ultraprocessados
- Possuir peso corporal adequado;
- Ter um estilo de vida ativo, praticando atividades físicas;
- Evitar a exposição ao sol sem proteção entre 10h e 16h;
- Manter as vacinas em dia, como HPV (adolescentes de ambos os sexos) e Hepatite B;
- Fazer os exames preventivos.
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