Perceber algo sem que ele exista não é uma experiência exclusiva da visão
Seja por meio dos filmes e séries, ou até mesmo de pessoas que convivemos no dia a dia, observar o acontecimento de alucinações traz muitos medos e questionamentos. Ver, sentir ou ouvir algo que não existe, parece assustador, podendo ser um episódio que ocorre com frequência, intenso ou não, e com curtas ou longas durações. Será que você já teve uma?
De acordo com a psiquiatra Marine Pereira, a alucinação é uma vivência bastante realista, mas que existe apenas na “cabeça” da pessoa, como um fenômeno interno. Os diferentes tipos de alucinação, podem vir de diferentes causas, e tem como uma de suas características, trazer para o paciente a convicção de que aquele acontecimento é algo real. “Uma alucinação pode ser definida como uma percepção na ausência de estímulo, podendo acontecer em estado consciente e acordado. Essas percepções parecem reais e vívidas”, revela a profissional.
Quais são os tipos?
De acordo com Dra. Marine, as alucinações podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial, tais como:
- Alucinações auditivas: vozes de uma só pessoa, dirigidas ou não ao sujeito; várias vozes que conversam entre si; audição dos próprios pensamentos ou sons do mundo cotidiano;
- Alucinações visuais: percepções visuais de objetos que não existem, tão reais que dificilmente são removíveis pela argumentação lógica. Quanto ao conteúdo podem não ter uma forma específica: clarões, chamas, raios, vultos, sombras, formas definidas, tais como pessoas, demônios, animais, santos, anjos;
- Alucinações táteis: estas podem ocorrer em qualquer um dos receptores (frio, calor, dor, pressão) que compõem esse complexo sentido;
- Alucinações olfativas: percepções de cheiros, agradáveis ou desagradáveis.
Quando ocorre?
De acordo com a médica, o acontecimento de uma alucinação pode advir do uso e abuso de substâncias psicoativas, medicações, perturbações do sono (especialmente sua privação), infecções (febres), quadros psicóticos agudos, esquizofrenia, transtorno bipolar com sintomas psicóticos e depressão com sintomas psicóticos.
A psiquiatra conta que, apesar de raro, pode ser possível que até mesmo como portador, ele reconheça uma alucinação quando ela está acontecendo, dependendo do quadro de base que gerou o sintoma. “Mas o essencial é que um profissional sempre seja consultado para que seja feita a identificação da doença de base, tratamento da doença com medicação, uso de antipsicóticos dependendo do caso”, orienta Marine. Com a saúde mental não se brinca!