Uma das principais razões para que ocorra a alienação parental são as relações conjugais frustradas
A alienação parental é uma complexa situação que aparece quando ocorre o término de uma relação conjugal. Se existir conflito entre os responsáveis, há um grande perigo de a criança ser manipulada emocionalmente por uma das partes. Para a psicóloga Anne Karoline Ferreira, a alienação parental acontece quando os responsáveis não conseguem distinguir o conflito entre o casal com a relação materna e paterna. “A manipulação emocional e comportamental terá como objetivo influenciar o olhar e convívio da criança com a outra parte. A criança é quem mais sofre, por não dar conta de avaliar a situação e o que está ocorrendo entre seus pais”, explica.
Qualquer tipo de abandono pode causar danos, consequências emocionais e psicológicas. “Certamente em qualquer situação de abandono ou negligência, haverá consequências emocionais para uma criança ou adolescente que está em processo de compreensão de mundo e formação de personalidade, necessitando de suporte familiar para isso”, afirma Anne.
Afastar uma criança do convívio familiar com o objetivo de prejudicar uma das partes pode ser configurado alienação parental. “Cada caso é um caso, sabemos também que existem situações de que não há o interesse de uma das partes na convivência com a criança, mesmo nesses casos, a criança deve por conta própria criar seus próprios conceitos quando ela já possuir condições emocionais e psíquicas sem influência alguma de mãe ou pai”, salienta a psicóloga.
Quando a vida conjugal de um casal se mistura com a relação parental e existe a intenção de punir o outro, usando a criança para isso, é configurada uma alienação parental. Em casos de divórcios, é muito comum as mágoas do casal serem repassadas para a criança através de falas, atitudes e comportamentos que denigram a imagem do outro, e até mesmo da família (avós, tios, tias e outros) de uma das partes fazendo com que a criança tenha uma visão distorcida e condicionada sobre os membros de sua família.
Como evitar a alienação parental?
A separação das brigas do casal com a relação materna e paterna é muito importante, independentemente do que aconteceu dentro de um relacionamento, os responsáveis pela criança não possuem o direito de retirar o papel de pai e mãe de uma criança. Limitar, dificultar o acesso da outra parte da convivência com a criança, denegrir a imagem, induzir conceitos próprios do outro para a criança são extremamente prejudiciais, pois podem comprometer a relação de um filho com seu pai ou sua mãe para a vida toda.
Toda criança têm o direito de ter o convívio com seus genitores, é necessário muita delicadeza do casal que está em processo de separação para não simplificar toda a mágoa de um para com o outro e assim acabar por retirar da criança o amor, o cuidado e a convivência com seus pais por questões pessoais. “Questões de adultos devem ficar com os adultos somente”, enfatiza Anne.