Alimentação e higiene dental são as principais formas de evitar a deficiência de cálcio, nutriente essencial para as boas condições dentais
Vamos fazer um exercício: na próxima vez que estiver guardando produtos da despensa de casa, ou sentado à mesa para fazer um lanche, repare nas embalagens dos alimentos. Geralmente na parte de trás você encontra uma tabela nutricional, indicando tudo o que poderá encontrar durante o consumo.
De todas as substâncias que estão ali presentes, uma é essencial para a manutenção da saúde, principalmente óssea. É o cálcio.
Muitas pessoas talvez não saibam, mas esse é o mineral encontrado em maior abundância no organismo.
O que as pessoas costumam relevar, também, é a importância que ele exerce na saúde bucal. A cirurgiã-dentista Isabela Rzeznik Machado (CRO/PR 31824) explica que esse elemento participa ativamente da formação e manutenção dos dentes e dos ossos.
Ele pode fazer falta
E é na boca, um dos locais do corpo em que é possível sentir a deficiência de cálcio, ou hipocalcemia, como é chamada.
“A falta pode provocar problemas bucais, afetando o esmalte dentário, já que ele está ligado ao processo de remineralização do dente”, explica a dentista.
Esse fenômeno é caracterizado pelo baixo nível do nutriente no sangue, ou pela dificuldade de sua absorção. Entre os diversos sintomas que podem ser observados, alguns acontecem na boca:
- Dormência;
- Maior propensão a cárie;
- Dificuldade para engolir;
- Osteoporose afetando o maxilar.
Isabela lembra que não há como de fazer a reposição de cálcio
“Porém, existem maneiras de manter o nível desse mineral elevado na cavidade oral: uma boa e correta higiene bucal todos os dias e uma alimentação equilibrada”, defende.
Mantenha os níveis de cálcio
O que colocamos no prato é um dos protagonistas para evitar a hipocalcemia. Nesse sentido, a nutricionista Aline Jabur (CRN8-6591) fala quais os alimentos que contém boas fontes de cálcio.
“Muitas pessoas ainda acreditam que somente o leite seria uma ótima fonte de cálcio. Porém, também temos diversos alimentos vegetais que são ricos nesse mineral, como brócolis, couve, tofu e semente de gergelim. A sardinha também é ótima nesse quesito”.
Com essas opções, fica fácil até mesmo para quem não tem o costume ou não pode consumir laticínios. Esse, inclusive, é um dos pontos que precisam de esclarecimento. Sempre quando se pensa em cálcio, uma associação é feita com o leite.
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Aline explica que essa fama é equivocada, já que não considera a biodisponibilidade do nutriente, ou seja, o percentual que é aproveitado pelo organismo.
“Com leite de vaca, o corpo consegue ter um aproveitamento de aproximadamente 30%. Já do valor proveniente das crucíferas, como couve e brócolis, é possível um aproveitamento de 50% a 60%”, destaca.
Tomar sol ajuda
Por fim, outra recomendação é o cuidado com os níveis de vitamina D. Ela é essencial na absorção.
“Se o paciente não tem um nível adequado, pode consumir 1000 mg de cálcio por dia e ter dificuldade para absorvê-lo”, completa.
A profissional lembra que o principal meio de obter a vitamina D é pela exposição ao sol. A recomendação é tomar um solzinho por cerca de 20 minutos, pelo menos três vezes na semana.