Laserterapia

Quarenta anos se passaram desde que o laser foi inventado, todavia, o campo dos lasers e de suas aplicações estão muito longe de serem esgotados. Diferente disso, durante os últimos anos ele tem se desenvolvido muito rapidamente. Em particular, vários sistemas lasers tem alcançado um estado de maturidade que mais e mais aplicações tem sido difundidas no campo da ciência e da tecnologia, percorrendo desde a física fundamental para processamento de materiais até a medicina.

O rápido desenvolvimento e a grande variedade de aplicações a laser aclamam por informações rápidas e concisas nos atuais empreendimentos, isso é especialmente importante para o crescimento rápido em áreas interdisciplinares. A palavra “laser” se constitui num acrônimo de “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation”, ou seja, “Luz Amplificada por Emissão Estimulada de Radiação”. O princípio de emissão estimulada foi, primeiramente, proposto sob forma teórica por Einstein, em 1917 – a emissão estimulada de radiação é causada pela presença de um fóton indutor de energia interagindo com um átomo em seu estado excitado, resultando na liberação de dois fótons induzidos.

Existem diversos tipos de lasers que podem ser classificados em duas categorias: Os lasers de baixa densidade de potência e os lasers de alta densidade de potência ou cirúrgicos. Os lasers de baixa densidade de potência (low level laser therapy) possuem um efeito eminentemente analgésico, antiinflamatório e bioestimulante, sendo utilizados nos casos de aftas, herpes labial, queilite angular, trismos, mucosites (em casos de tratamentos oncológico), parestesia, hipersensibilidade dentária, pós-cirurgias, pós-intervenções endodônticas e periodontais. A laserterapia, com essa finalidade, provoca um aumento da microcirculação local e da velocidade da cicatrização.

A existência da fotoestimulação – biomodulação pelos lasers de baixa potência visa obter supressão da dor, redução do edema e aceleração da cicatrização, muito importante em casos de gengivite e periodontite. A terapia a laser associada à raspagem subgengival traz benefícios devido aos efeitos analgésicos, hemostáticos, antimicrobianos. A aplicação clínica demonstra a evidência factual então obtida, onde extensivas discussões da ação (com possíveis mecanismos) da luz visível monocromática nos fotorreceptores primários de células e organismos tem encantado tanto os profissionais clínicos quanto os pesquisadores.

Com base em pesquisas mais recentes, os lasers de alta densidade de potência (high laser therapy) podem ser indicados na prevenção de cárie, bem como no tratamento da hipersensibilidade dentinária, limpeza e selamento de fóssulas e fissuras (através da redução microbiana), na remoção da porcentagem final de tecido cariado, corte e plastia do tecido gengival, no tratamento de herpes labial e aftas e para obtenção de redução microbiana no interior dos canais, apicectomias, preparos cavitários e também no selamento dos túbulos dentinários. Nos tecidos moles existe a facilitação na simultaneidade do corte e da hemostasia, enquanto que nos tecidos duros o feixe laser é seletivo aos processos patológicos.

Clareamento dental a laser

Outras modalidades atuais dentro da laserterapia são constituídas pela polimerização de compósitos e clareamento dental, através do laser de alta potência de Argônio, e mais recentemente pelo diagnóstico de lesões de cárie através da irradiação por um laser de baixa potência diodo semicondutor.

Na ortodontia, a dor é um dos efeitos mais desagradáveis que acompanha o tratamento, devido à aplicação da força para movimentação dentária, sendo o laser de baixa intensidade indicado para a redução significativa desse desconforto. Também o laser de alta intensidade pode ser utilizado para cirurgias de gengivoplastias, muito comuns em pacientes ortodônticos.

Outro modo de atuação do laser é através da terapia fotodinâmica que pode ser usada para erradicar células alvo produzindo efeito antimicrobiano bastante útil na periodontia. A utilização dos sistemas lasers dentro da odontologia não se define apenas como o uso de um novo equipamento na clínica pelo cirurgião-dentista, mas primeiramente caracteriza-se no desenvolvimento de uma filosofia terapêutica inovadora proveniente do conhecimento e interação biofísica de uma luz, que possui características especiais, com o tecido biológico, participando do contexto odontológico para melhorar a qualidade dos tratamentos convencionais. Desta forma, além dos parâmetros variáveis do laser como tempo, potência, energia, duração do pulso, modo de emissão, densidade de energia, densidade de potência, o comprimento de onda do laser é fundamental para seu efeito biológico, visto que esse comprimento determina a absorção e interação com o tecido alvo.

 

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