O cirurgião dentista, mestre e doutorando em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, André Eduardo Lemos (CRO/PR 15793) nos explica o que é e o que pode ser causado pelo bruxismo
O que é o bruxismo?
André Lemos: Ele é considerado uma atividade parafuncional dos músculos da mastigação.
Em 2018 foi publicado um consenso internacional que definiu de forma distinta, os movimentos mandibulares de acordo com o relógio biológico. Assim, o bruxismo do sono (BS) é considerado uma atividade dos músculos da mastigação que ocorrem enquanto o indivíduo dorme e de forma rítmica (ranger ou apertar os dentes) ou não rítmica (apertar). Já o bruxismo de vigília (BV) é uma atividade que ocorre durante o dia, caracterizada por contato dentário, que pode ser repetitivo ou sustentado, além de contração muscular, que varia entre estática ou dinâmica (sem contato dentário).
Ele ainda pode ser dividido em primário, quando um fator causal direto não é identificado ou secundário, quando a atividade muscular é resultado de outra condição presente (efeito do uso de determinados medicamentos, por exemplo).
Qual o principal impacto do bruxismo na vida de quem sofre com ele?
André Lemos: Os efeitos incluem:
- Desgastes dentários;
- Dor ou fadiga na face passageira pela manhã;
- Ccefaléia (dor de cabeça) temporal;
- Travamento mandibular pela manhã.
Ele costuma atacar uma faixa etária específica?
André Lemos: Estima-se que o bruxismo do sono varie entre 8 e 16% da população. Não há distinção entre gêneros e é inversamente proporcional à idade. Ou seja, na infância é mais prevalente (20% dos indivíduos), diminuindo na idade adulta (8%) e ainda mais na terceira idade (3%).
O que quem desconfia ter bruxismo deve fazer?
André Lemos: O indivíduo portador dessa parafunção deve procurar atendimento com um profissional cirurgião-dentista especialista.
Existe cura para o bruxismo? Qual costuma ser o tratamento?
André Lemos: Com base no conhecimento científico disponível até o momento, não há tratamento definitivo ou cura para o bruxismo.
No entanto, há algumas ferramentas disponíveis para gerenciar seus efeitos. Muitas das vezes, uma abordagem multiprofissional se faz necessária, de forma individualizada para cada pessoa. Mudanças comportamentais, dispositivos interoclusais (placas) e em alguns casos medicamentos, podem ser as opções disponíveis para condução do caso.
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