Hipertensão em mulheres

A enfermeira e mestranda em fisiologia cardiovascular e do esforço pela USP, Mariana Makuch Martins (COREN 000.630.831) nos ajuda a esclarecer esse mito sobre a hipertensão em mulheres

Isso é um mito. Segundo explica Mariana, isso se deve a uma interpretação errada do levantamento de dados dos órgãos de saúde.

O que acontece é que as mulheres costumam procurar mais os serviços desse tipo, como unidades básicas de saúde, as UBS. “Conforme consta até mesmo na política nacional de atenção básica, estratificando a listagem de número de consultas em relação ao gênero, constatou-se que as mulheres costumam procurar mais o serviço de saúde, principalmente para ações preventivas”, explica.

Nesse sentido, então, o que acontece na verdade é que as mulheres descobrem mais que estão com alterações na pressão arterial, quando comparando-as aos homens. Muitos atendimentos nesses locais voltados à atenção básica, lembra Mariana, já contam com a aferição de pressão na triagem. “Os homens normalmente esperam ter algo sério para se dar conta”, destaca a pesquisadora.

Questões sociais contribuem para essa visão sobre a hipertensão em mulheres

Um fator que contribui para essa distorção nos números está relacionado a aspectos da maneira como vivemos. Em muitas estruturas familiares, os homens ainda são os provedores da casa. “Eles trabalham e nem sempre tem horário disponível para cuidar da saúde, ou então dinheiro. Aí acabam se deixando de lado”.

Existem ainda, as questões relacionadas a como o público masculino se percebe na sociedade. Acreditar serem mais fortes e que são menos suscetíveis ao problema também contribuem para essa negligência com a saúde.

Para Mariana, mudar esse cenário se pauta em dois pontos. “É importante conscientizar os homens a cuidar da saúde, mas também os serviços de saúde a atenderem em mais horários não comerciais”, enfatiza.

Momentos diferentes da vida

Um estudo norte-americano acompanhou grupos de ambos os sexos durante 4 décadas. Os resultados foram apresentados em 2020, no Jornal da Associação Médica Americana, o JAMA.

Mais pesquisas são necessárias para entender as diferenças na fisiologia cardiovascular de cada gênero. Apesar disso, foi observado que as mulheres costumam apresentar a hipertensão mais cedo do que homens. Geralmente a partir dos 30 anos.

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