Computadores e robôs podem ser importantes complementos à educação de crianças e adolescentes

 

A robótica está cada vez mais presente no mundo moderno, que é repleto de peças e sensores controlados por computador. Nesse contexto, as crianças e adolescentes de hoje tem uma vida cada vez mais ligada a itens tecnológicos, como a internet, smartphones e gadgets. Porém, não é apenas esse tipo de tecnologia que pode ter alguma influência em seu crescimento cognitivo. A robótica, ramo da informática que engloba computadores e robôs, pode ser um forte apoio em diversos aspectos do comportamento e desenvolvimento escolar.

De acordo com o professor de robótica Lucas Ribeiro, a robótica educacional tem como princípio fundamental a interação, a investigação científica, a busca de soluções e o desenvolvimento do raciocínio lógico em função dessa busca.

Conforme ele, durante as aulas de robótica, os alunos são estimulados a resolverem situações-problemas, e são desafiados o tempo todo a serem mais criativos para solucioná-los. “Na escola, por exemplo, o professor passa um problema de matemática e ensina uma determinada fórmula pra que ele seja resolvido, então o aluno estreita a sua visão e acha que aquele problema só é resolvido através daquela fórmula. Na robótica, o aluno deixa de limitar suas visões e aprende que existem várias outras fórmulas e maneiras diferentes de resolver o mesmo problema”, explica.

De acordo com a psicóloga Elaine Secchi, além do desenvolvimento de criatividade e raciocínio lógico, a robótica contribui para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades mentais, pois desafiam os alunos a usar a atenção, o pensamento, o poder de concentração e a observação na medida em que lhes é exigido uma atitude a respeito do que está em construção. “Tudo é motivo de reflexão e tomada de decisão para cumprir a meta estabelecida, que é construir”, acentua.

Crianças e adolescentes americanos e asiáticos já têm contato com os princípios da robótica na sala de aula das próprias escolas de ensino fundamental desde os anos 80. Divertem-se enquanto vão absorvendo os conceitos de matemática e física, e aprimorando seu conhecimento. De acordo com Lucas, essa, infelizmente, ainda não é a realidade do Brasil. “Aqui é preciso entrar em uma escola de robótica se quiser aprender mais sobre tecnologia”, completa.

Conforme o professor de robótica, o contato desde cedo com essa área do conhecimento é benéfica demais, pois explora e desenvolve o potencial que cada criança e adolescente guarda dentro de si. As suas perspectivas para essas crianças que aprendem robótica é enorme. “Esses alunos chegarão à universidade com um potencial incrível. Eles já saberão resolver problemas, cálculos, frações que seus colegas ainda irão aprender. A robótica é uma oportunidade de ensino muito grande, que com certeza dará a eles um diferencial no futuro”, diz.

Segundo Elaine, a robótica é capaz de aprimorar o rendimento escolar, o que é fundamental para a evolução do aluno. Além disso, a criança e adolescente acaba por desenvolver as habilidades sociais e aprende a importância do trabalho em equipe. “O aluno é incentivado a trocar experiências, construir projetos, melhorando suas relações interpessoais, o respeito ao trabalho, às ideias do outro e às atitudes de cooperação e de generosidade mútua”, afirma.

Os benefícios não param por aí. A robótica, conforme a psicóloga, também propicia a criança e adolescente o aprendizado de valores essenciais para a vida, como lidar com os próprios limites, conviver com a frustração e a importância de participar e lutar para aprender. O aluno também ganha a percepção do próprio processo de aprendizagem. “Ele aprende a se perguntar por que não deu certo o que tentou fazer, e a encontrar resposta para cada um dos seus erros. Ele se habitua a pensar sobre o próprio desempenho e a vibrar com o que se mostra capaz de conquistar”, observa.

Por Camila Neumann

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