Nesse artigo, a psicóloga Rosemeire Silva Pereira (CRP 08/14592), falou um pouco sobre a importância da avaliação psicológica das crianças 

Sabe aqueles pais que percebem algum atraso no seu filho e que de uma certa forma comparam o filho mais novo com o filho mais velho ou com os primos, e notam que tem alguma coisa de diferente? Pois é, quase sempre esses pais tem razão, afinal eles conhecem bem os seus filhos e percebem quando algo não está caminhando muito bem. Ai nessa hora, alguns palpites dos familiares, como: “Mas seu tio falou com cinco anos!”, “Não se preocupe, cada criança tem o seu tempo!” ou “Vocês estão caçando coisas que não tem, veja como ele responde bem!” aparecem. Essas cenas acabam atrasando ainda mais o desenvolvimento de uma criança e é bem comum nos depararmos com isso dentro do nosso trabalho. Portanto, nunca é cedo demais, se notou algo estranho, encaminhe para a avaliação de profissionais capacitados, com o objetivo de verificar se isso tudo faz parte de algum diagnóstico ou se o que aquela criança traz atualmente está dentro de um desenvolvimento de acordo com a sua idade cronológica. Existem alguns protocolos e testes avaliativos que investigam se aquela brincadeira, a quantidade de palavras faladas, como essa criança pede o que quer, se atende as ordens solicitadas, etc., está dentro do que esperamos para a sua idade. E se isso não acontece, precisamos sim, avaliar, intervir, orientar e estimular o que está faltando dentro do seu desenvolvimento. Por isso pais, nunca duvidem de suas desconfianças, por mais difícil seja, as encarem e avaliem, isso pode fazer a diferença no futuro.

Agora, se essa criança foi avaliada, diagnosticada e está sendo estimulada em casa e em atendimentos, ainda assim, é necessárias reavaliações constantes. Porque? Precisamos verificar como ela está aprendendo, se está aprendendo e como está generalizando, ou ainda se há barreiras para que essa aprendizagem possa continuar a acontecer. E ainda verificar se o que ela conquistou, está dentro do esperado e o que mais esperamos que ela alcance. Assim como em alguns aspectos da nossa vida, a intervenção também precisa ser planejada, com objetivos traçados a serem seguidos, verificando, avaliando a sua eficácia, para que possamos garantir um melhor aproveitamento de sua aprendizagem.

Para que essa avaliação seja qualitativa, necessitamos de profissionais capacitados para essa demanda, onde juntamente com os pais e profissionais envolvidos, possamos direcionar os objetivos primordiais a serem seguidos, levantar os pré-requisitos a serem alcançados. Por exemplo não posso querer ensinar uma criança a imitar uma coreografia de uma música, se ela consegue manter o contato visual comigo, portanto primeiro preciso trabalhar o contato visual com ela, e depois os outros aspectos, elencados dentro de uma hierarquia a ser seguida, de acordo com a sua idade. Também não posso exigir mais dessa criança, do que ela está preparada cognitivamente para aprender. Para tanto, isso precisa ser avaliado e planejado antes mesmo de qualquer intervenção, e reavaliados constantemente para que todos os envolvidos possam estudar a forma como esse ensino está evoluindo, ou se isso não está acontecendo, o que pode estar atrapalhando tais objetivos, como essa criança aprende, e ainda o que é motivador para ela para que continue seu aprendizado.

 

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