A nutricionista especialista em alimentação materno-infantil, Ane Cunha (CRN-8 14346), traz informações sobre a introdução alimentar para bebês
Os primeiros anos de vida são essenciais para o desenvolvimento humano. Por isso, a maneira que a alimentação é introduzida para os bebês precisa de muita atenção.
Mamães e papais de primeira viagem podem ficar perdidos sobre como e quando começar. Por isso, a nutricionista especializada em nutrição materno-infantil, Ane Cunha (CRN-8 14346), explica os principais pontos sobre esse tema.
Quando começar a Introdução alimentar para bebês?
A recomendação atual e vigente é a do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Eles orientam que a introdução alimentar para bebês se inicie aos 6 meses. O prazo é definido assim, uma vez que o leite materno, ou a fórmula infantil, oferecem todos os nutrientes que o bebê precisa até essa idade.
“Antigamente tínhamos a indicação para crianças não amamentadas no peito de iniciarem aos 4 meses, mas isso é errado. Essa introdução alimentar para bebês muito precoce aumenta as chances de infecções intestinais, alergias ou intolerâncias alimentares, já que o sistema imune e a digestão ainda não estão desenvolvidos para receber outro alimento além do leite.”, conta a nutricionista.
“É a partir dos 6 meses que o bebê tem maior necessidade de nutrientes, como ferro e zinco. Também já têm o reflexo de engolir e o estômago pronto para receber outras consistências”.
Quais alimentos?
“A base da Introdução Alimentar consiste em frutas, verduras, legumes, proteínas animais e vegetais (carne e leguminosas), cereais e tubérculos. O mais importante nessa fase é não oferecer sal, açúcar e nenhum alimento ultraprocessado”, orienta Ane.
Ela ainda dá instruções quanto à forma de cozimento: sempre com o mínimo de água possível se não for a vapor. Isso auxilia a preservar mais vitaminas nos alimentos.
A nutricionista diz que temperos naturais como ervas frescas e desidratadas, cebola, alho e as especiarias nas frutas são muito bem vindos. “Eles aumentam a gama de sabores e estimulam os sentidos, especialmente do paladar e olfato”.
Para ela, é preciso estar atento quanto à variedade dessa alimentação ofertada. Além disso, deve-se colocar as porções de cada alimento no prato sem misturá-las. Acontece um prato colorido é mais atrativo e facilita na aceitação.
Assim, quanto maior essa alternância de cores e sabores nessa fase, mais fácil o bebê deve aceitar o alimento, ocorrendo a adequação de nutrientes.
“Eu sempre falo e oriento as famílias que a melhor forma de entender e lembrar disso é colocando-se no lugar da criança. Nós adultos, em geral, acharíamos mais atrativo e palatável um prato colorido, com sabores e texturas diferentes e separadas, ou um com tudo misturado e apenas uma cor e um sabor somente? Para a criança a lógica é a mesma”, conta a especialista.
Qual a quantidade e como deve ser feito?
Quanto à consistência, a alimentação complementar deve ser espessa desde o início. Não há nenhuma necessidade e benefício de liquidificar os alimentos.
“Dos 6 aos 12 meses, fazemos em conjunto com a família um trabalho gradual de evolução de consistência. Pois a partir do primeiro ano de vida, a criança já deverá estar apta a comer a mesma comida da família”, informa.
Já para definir a quantidade, o parâmetro será a própria criança. A profissional fala que nesse momento é muito importante que a família entenda sobre os sinais de fome e saciedade do bebê.
“Geralmente, a quantidade de alimentos que a criança ingere é pequena. Além disso, a mãe pode oferecer o peito após a refeição com os alimentos complementares”, ensina Ane.
Durante a Introdução alimentar para bebês, a recusa é normal
Também é importante lembrar que a recusa é totalmente normal e aceitável, já que é um mundo novo. Nem por isso deve-se desistir de determinado alimento e achar que a criança nunca mais irá comê-lo. Normalmente, as opções do grupo dos vegetais são inicialmente pouco aceitas. Isso ocorre o paladar dos bebês é mais doce, lembrando do leite que estavam acostumados.
Quando os pequenos recusam determinado alimento, deve-se oferecer novamente em outras refeições, e sob outras formas de oferta e consistência. Segundo o Ministério da Saúde, para que um novo alimento seja aceito pela criança, é necessário em média, 8 a 10 repetições, em momentos diferentes.
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