Atribuindo funções é possível que a criança se torne um adulto mais responsável? Quem nos ajuda a responder essa pergunta é a psicopedagoga especialista em desenvolvimento infantil Kelly Ribeiro Gomes (ABPMC 03932)
É importante que o adulto estabeleça um relacionamento que transmita segurança às crianças e explique a elas as razões, de determinadas ações ou proibições. Escutar e compreender os motivos de “por que” fazer ou não determinadas atividades contribuem para que ela internalize a mensagem e também desenvolva o pensamento crítico.
O responsável pode exemplificar e explicar as motivações de suas ações e decisões. Assim, por exemplo, o cuidador pode fazer com que seja entendido por que é necessário guardar os brinquedos após a brincadeira e fornecer ferramentas ou estratégias para ajudá-las. As habilidades adquiridas na infância possibilitam ao indivíduo gerenciar seu comportamento e suas ideias de forma autônoma e independente na vida adulta.
Kelly explica que sem um bom desenvolvimento dessas habilidades, quando crescem, os indivíduos podem apresentar dificuldades no processo de tomada de decisões, na criação de estratégias de resolução de problemas, responsabilidade com horários, tarefas, entre outras questões.
A dica da profissional é: independente da idade estimule visualmente sua criança em uma rotina de ajudas em casa com um quadro, é um recurso útil que pode fomentar a autonomia, favorecer o desenvolvimento da autoestima da criança e permitir que se sinta integrada no lar. Outra informação importante é: quanto mais espaço criamos para que nossos filhos realizem as tarefas por si só, mais se sentirão capazes e motivados. Essa é uma das formas de evitar problemas nos momentos mais conflituosos e desafiantes do dia.
“A criação desse recurso deve ser em conjunto com as crianças para que depois, sozinho, guie as atividades delas. Pode-se, inclusive, montar o quadro com fotos das crianças realizando essas tarefas. Ele poderá ser colocado em um lugar visível para ela. A intenção é que aprendam a autodisciplina, então não deve haver prêmio ou recompensa e sim estímulo e reforço social, como abraços, elogios, risos e palmas, por exemplo”, explica a psicopedagoga.
Mas atenção! Brincar não é uma tarefa, por isso, não deve ser colocado no quadro. E, garanta uma flexibilidade no tempo, desde que a sequência seja seguida. Se estiver com dificuldade de estabelecer essas atividades, procure um especialista para lhe ajudar.