Fonoterapia infantil: quando procurar?

É muito comum encontrar pessoas acreditando que a atuação de um fonoaudiólogo esteja atrelada apenas a triagens, avaliações e terapia, mas são inúmeros os trabalhos que podem ser realizados. “Ao trabalharmos linguagem em instituições, podemos oportunizar experiências de leitura e escrita com diferentes repertórios, como receitas, reportagens, lendas e outras, através de atividades lúdicas e em conjunto com professores e equipe pedagógica”, exemplifica a fonoaudióloga Jaqueline Novis (CRFa 3-11152). 

“São inúmeros os desafios e possibilidades do terapeuta infantil, pois o mesmo significa também ser um educador de extrema importância para o desenvolvimento da criança como um todo, uma vez que a fonoterapia envolve um processo abrangente e estruturado de ensino-aprendizagem”, afirma Jaqueline.

No caso de crianças, é cientificamente comprovado que o principal período de desenvolvimento e aquisição da linguagem para uma criança dentro dos padrões de normalidade e até os 5 anos de idade, momento em que as conexões neurais ocorrem com uma frequência maior, por estar em processo de desenvolvimento. “É preciso estar atento às mudanças e erros na fala que fazem parte do processo de desenvolvimento e podem ser considerados alterações na fala, pois podem existir modificações durante esse período de 0 a 5 anos que necessitam de intervenção profissional. Procure sempre um fonoaudiólogo para avaliação completa de linguagem”, orienta Jaqueline.

Como funciona a terapia infantil fonoaudiológica?

O acompanhamento fonoaudiológico é imprescindível para o desenvolvimento da criança como um todo, focando principalmente na linguagem falada, escrita e na comunicação de maneira geral. E a maneira mais eficaz para avaliação e tratamentos está justamente no ato de brincar e de interagir com outras crianças.

O “brincar terapêutico” é utilizado para obter os melhores resultados possíveis no desenvolvimento infantil. “É através das brincadeiras que a criança se desenvolve e vivencia diferentes experiências. São nesses momentos que ela se comunica e interage com o outro e insere-se em um meio coletivo”, explica a fonoaudióloga. 

Métodos utilizados na fonoterapia

Hoje, são inúmeras as possibilidades e métodos dentro da fonoaudiologia e do comportamento infantil. Esses procedimentos têm se renovado constantemente, pois a cada dia novas demandas relacionadas às crianças surgem. Jaqueline destaca os principais métodos utilizados, com ênfase na terapia para crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista):

• Análise do Comportamento Aplicada – ABA: utilizada para crianças dentro do espectro TEA (que apresentam o Transtorno do Espectro Autista) e auxilia na compreensão do comportamento, na manutenção dos comportamentos adequados e redução dos inadequados;
• Tratamento e educação para autistas e crianças com déficits relacionados à educação – TEACCH : programa educacional e clínico de cunho psicopedagógico com intervenção direta nas habilidades sociais dos pacientes;
• Comunicação alternativa: também utilizada com crianças que apresentam o TEA, essa é uma abordagem que tem como objetivo a ampliação de habilidades comunicativas. São usados recursos visuais, como figuras, jogos e imagens para auxiliar no desenvolvimento da linguagem complexa.