Um mal que atinge boa parte das mulheres em período fértil

Todos os meses é aquela velha história: TPM, alterações de humor, vontade de atacar a geladeira e muita, mais muita cólica. De acordo com um estudo realizado pela empresa MedInsight, cerca de 65% das brasileiras sofrem com o desconforto e 70% delas observam uma queda na produtividade durante a menstruação. 

Mas, por que sentimos tantas dores e desconfortos durante o período? Segundo a médica ginecologista Alessandra Junger Gavarrete (CRM 21394-PR), a teoria que explica a dor é a de que ocorre um aumento na produção de prostaglandinas pelo endométrio, causando o aumento da contratilidade do miométrio. “Esse mecanismo  provocaria vasoespasmo e isquemia da fibra muscular uterina, produzindo a dor. Fatores  psicológicos também têm sido estudados como possíveis causas e quadros de ansiedade”, ressalta. 

De acordo com a médica ginecologista, a dismenorreia é dividida em primária e secundária. A primária é a dor pélvica que  ocorre na menstruação sem causa orgânica, geralmente em jovens logo após os  primeiros anos da menarca. A secundária é a dor associada a alguma doença. Pode se manifestar entre 25 a 40 anos de idade. “Cada mulher vai ter um limiar de dor diferente,  então a intensidade vai ser diferente. Porém, não é normal sentir dor incapacitante. A investigação deve ser feita em casos de dismenorreia secundária ou nas primárias muito  intensas”, destaca Alessandra. 

Todas as mulheres sentem cólicas?

Segundo a ginecologista nem todas as mulheres vão ter. A prevalência é bastante variada. Nos trabalhos publicados ela varia  entre 45% e 85% das mulheres. Meninas que acabaram de ter a primeira menstruação também podem sentir dores intensas.  “É muito comum essas meninas terem seus primeiros ciclos dolorosos até que se  instalem os ciclos ovulatórios. As cólicas vão diminuindo à medida que a idade avança e  com o número de partos”, ressalta. 

“Deve-se investigar a causa quando a dor é debilitante. Descartar endometriose,  adenomiose, miomas uterinos, doença inflamatória pélvica, pólipos endometriais”, salienta a ginecologista.

É possível tratar? 

A profissional afirma que se for dismenorreia secundária, é preciso descobrir a causa e iniciar o tratamento. O uso de anti-inflamatórios bloqueiam a ação das prostaglandinas, reduzindo a dor.  Devem ser usados assim que se inicie a dor, mantendo por 1 a 2 dias.  

Atividade física, cardápio equilibrado, com preferência a alimentos com propriedades anti-inflamatórias, e o uso de suplementos vitamínicos, ou fitoterápicos, tem boa resposta na prevenção e combate da dor. Em alguns casos pode ser indicado uso de  anticoncepcionais orais que fazem o bloqueio da ovulação e diminuição da produção de  prostaglandinas pelo endométrio. Alguns estudos relatam melhora da dor com o uso do  implante intra uterino hormonal.  

 

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