Manter a chama da vida sexual acesa vale a pena.
Se emaranhar entre os lençóis a dois pode ser muito gostoso e prazeroso, além disso, o sexo é um ótimo parceiro à saúde. Ter uma vida sexual ativa proporciona bem-estar, ajuda no rejuvenescimento, queima calorias, ajuda no alívio da dor, no combate da depressão e aumenta a expectativa de vida, entre outros benefícios.
O sexo, segundo a educadora sexual e psicóloga clínica, Laura Muller, que tem participação especial no programa Altas Horas da Rede Globo, da um novo colorido para a vida como um todo. “Quando a gente mantém a vida sexual ativa tem uma melhor disposição, um pique maior. Esse desejo sexual, essa vivência sexual, pode trazer esse maior pique para a vida, além de ser um grande prazer”, afirma. “Psicologicamente, o sexo traz sensação de bem-estar tanto para o homem como para a mulher. Desejar e ser desejado pelo parceiro ou parceira é uma das sensações mais importante que o ser humano necessita como sentimento”, declara o ginecologista e obstetra, Dr. Mario Gilberto da Silva Cruz.
Para atingir os benefícios propostos pelo sexo, será que é preciso fazer um número mínimo de vezes por semana? “Não. Na verdade quem se prende a essas regras, começa a se preocupar e a tentar seguir um padrão, isso começa a não ser muito bacana para aquela pessoa, podendo até ser nocivo. Cada pessoa tem uma frequência sexual própria e cada casal também, e essa freqüência pode mudar ao longo da vida, de acordo com o momento que a pessoa está vivendo, muita correria diária com o trabalho, com os compromissos. Assim, o desejo sexual vem quando a gente abre um espaço maior na agenda para que ele venha, em geral, quando as pessoas entram em férias ou estão fazendo uma viagem gostosa, estão bem relaxadas e tranqüilas é natural que esse desejo aumente, porque você tem mais espaço para a sexualidade”, responde a sexóloga.
Fatores como preocupação e estresse, muitas vezes, dão cartão vermelho ao sexo. Conforme Laura, quando se está sempre com preocupações na cabeça ou vivendo algum sofrimento, conflito, mesmo fora da cama, isso pode influir sim na sua rotina sexual e no seu pique para o sexo. “Então, talvez devemos começar a pensar que não tem uma regra de quantas vezes a gente precisa transar por semana ou momento, mas que o sexo pode entrar como um prazer na hora que a gente de fato sentir vontade”, diz ela.
Trocas de amor e caricias estimulam as relações sexuais, e para não deixar o sexo cair na rotina, principalmente, casais que estão juntos há algum tempo, a sexóloga passa dicas preciosas para apimentar a relação. “Sexo e relacionamento a dois ou a vida amorosa sexual envolve uma conquista e reconquista diária, por isso quanto mais cada pessoa estiver ligada nos seus desejos, nas suas fantasias, no seu corpo, no que gosta e no que deixou de gostar, vontades e prazeres e ao mesmo tempo cada pessoa estar atenta a tudo isso do outro, do parceiro ou da parceira, já é um grande passo para a gente viver essa conquista diária e isso talvez seja o grande segredo para manter a chama acessa mesmo em um relacionamento de longa data”, salienta Laura.
È importante, de acordo com a sexóloga, ficar atento as nossas demandas, aos nossos desejos e as nossas tentativas, porque às vezes caímos na rotina e achamos que podemos fazer tudo do mesmo jeito de sempre, mas a vida é muito dinâmica e os nossos gostos e nossos prazeres também vão mudando, nosso jeito de ser também vai se alterando, então ficar atento nesses detalhes que podem fazer a diferença.
Por que as mulheres tem dificuldade de atingir o orgasmo?
Durante séculos a repressão sexual estava ligada a um conjunto de valores, regras estabelecidas culturalmente para oprimir o sexo, tido como um ato pecaminoso. “Na época de nossas avós a mulher não podia ter orgasmo, não podia demonstrar prazer, a sexualidade masculina também sofreu muitos tabus, muitos mitos, muita repressão também, mas menos do que a feminina. Essa história da mulher ter orgasmo, dela poder demonstrar o prazer, dela poder estar mais a vontade no corpo dela, isso é uma conquista recente de algumas décadas. Então, a gente tem uma mulher hoje que é fruto de toda essa história sexual”, explica Laura.
Segundo a profissional, 30% das mulheres continuam carregando as dificuldades para tocar o próprio corpo, para a masturbação, pois acham isso feio, errado, assim tem 30% que ainda não lidam muito bem com o seu corpo e a sua sexualidade. Coincidentemente, dados e pesquisas revelam que 30% das mulheres também apresentam dificuldades de orgasmo. “O que podemos pensar de tudo isso é que o orgasmo tem a ver com a gente se conhecer melhor, estar a vontade com o nosso corpo e sexualidade, e não somente isso, orgasmo também é a entrega, você precisa se sentir confortável para se entregar ao outro, se entregar ao sexo e aquela relação que está acontecendo naquele momento, tudo isso influência no orgasmo”, afirma.
É fato que as mulheres tem maior dificuldade em lidar com o próprio corpo e com a própria sexualidade. “A dica para encontrar o caminho do orgasmo é primeiro começar a olhar para o sexo e a sexualidade de uma forma mais positiva, de uma forma saudável, como um grande prazer e começar a mentalizar o seu corpo da melhor forma possível, olhando as suas qualidades, tentando encontrar sozinha o caminho para chegar ao orgasmo, conhecendo melhor o seu mecanismo e o seu jeito de dar e receber prazer, esse talvez seja o caminho para aprender a ter mais prazer na cama”, informa com sabedoria a sexóloga.
Pais abrem o jogo com o seu filho!
Mesmo com a diminuição de muitos tabus e preconceitos em relação ao sexo, a sociedade ainda tem dificuldades para abordar sobre sexualidade com os seus filhos. Conforme Dr. Mario, isto compromete, em especial, a fase da adolescência, fase que é muito relevante a orientação sexual. Laura diz que os pais podem falar da forma mais franca e aberta possível. “É necessário o caminho aberto entre o diálogo sem se preocupar em responder todas as perguntas e ter respostas prontas para todas elas. Se esse pai ou essa mãe não souberem responder não tem problema, eles podem procurar juntos essas respostas, a questão é conseguir manter o diálogo franco, o espaço aberto em casa para que o filho possa buscar essas orientações em casa também”, completa ela.
Outro conselho fundamental é usar preservativo sempre nas relações sexuais. “È importante não esquecer de usar o preservativo porque ele tem duplo benefício: evitar doenças sexualmente transmissíveis e/ou gravidez não desejada, não planejada”, ressalta o ginecologista.