A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou no início da idade adulta. Sua freqüência na população em geral é de 1 para cada 100 pessoas. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres, inicia mais cedo no homem por volta dos 20-25 anos e na mulher dos 25-30 anos.
Por ser uma doença crônica, a esquizofrenia constitui um grave problema de saúde pública. Apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico.
Como reconhecer a esquizofrenia
Os principais sintomas são:
Delírios: idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Exemplo: acredita que os vizinhos ou pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal, que está sendo perseguido por câmeras escondidas.
Alucinações: percepções falsas dos órgãos dos sentidos. Exemplo: ouve vozes (alucinações auditivas), as vozes por sua vez dão ordens sobre como agir em determinadas circunstâncias. Outras formas de alucinações, como visuais, táteis ou olfativas, também podem ocorrer.
Alterações do pensamento: idéias confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender.
Alterações na afetividade: perda na capacidade de reagir emocionalmente, ficando indiferente, sem expressão afetiva. Pode também apresentar reações afetivas inadequadas em relação ao contexto. Exemplo: rir em situações sérias.
Diminuição da motivação: perda total da vontade e interesse pelas tarefas do dia-a-dia.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por um médico especialista em psiquiatria, não há nenhum tipo de exame de laboratório que permite confirmar o diagnóstico da doença. Acredita-se que a causa dos sintomas psicóticos se deva a um aumento de uma substância no cérebro chamada dopamina.
A hereditariedade tem importância relativa. Dependendo da maneira como os sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da doença, que pode ser:
Esquizofrenia paranóide
Esquizofrenia hebefrênica
Esquizofrenia catatônica
Esquizofrenia indiferenciada
Esquizofrenia residual
Tratamento
O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial.
Não existe propriamente uma cura para a esquizofrenia, mas com tratamento adequado é possível um controle parcial ou total de boa parte dos sintomas.
O tratamento medicamentoso, chamado antipsicóticos ou neurolépticos, é utilizado na fase aguda da doença. No tratamento psicossocial é necessário um planejamento individualizado de reabilitação do paciente que tem por objetivo ajudar a lidar com as dificuldades rotineiras.
Existem várias formas de tratamento: no hospital ou comunidade, programas de reabilitação, terapia ocupacional, psicoterapia individual, educação familiar e grupos de auto-ajuda, visando promover a reintegração do paciente à família e à sociedade.
Atualmente, Guarapuava conta com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e o Programa de Saúde Mental (PROSAM) como referência em saúde mental na saúde pública.
Quanto mais aprendemos sobre as causas e tratamento da esquizofrenia, mais podemos ajudar os pacientes a terem sucesso no tratamento. Houve grandes avanços no tratamento da esquizofrenia nos últimos 25 anos. É importante lembrar que muitas pessoas com a doença melhoram de modo a levar uma vida independente e satisfatória.