A música tem um papel muito importante na vida das pessoas. Assim como dizia Platão, ela é “a ginástica da alma”

Quando falamos em isolamento social, é muito comum ver pessoas tristes e sem perspectiva de presente e de futuro. A pandemia é um momento difícil na sociedade de maneira geral. Porém, precisamos buscar alterativas de superar os conflitos internos, aumentar a autoestima e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida.

Por isso, precisamos estar atentos ao que pensamos, ao que fazemos, ao que ouvimos e assistimos também. Quem é que não ouviu durante essa pandemia, pessoas pedindo uma as outras para desligar a televisão, não ouvir ou procurar informações sobre aos problemas atuais? A música, a cada dia, torna-se uma ótima ferramenta para o bem-estar e autoestima, proporcionando um momento único e prazeroso.

É através da música que conseguimos expressar nossos sentimentos e emoções mais profundas. De acordo com a Musicoterapeuta Anna Paula Caillot Amaral (CPMT 0139/2 PR), uma poesia não tem tal capacidade, ela seria apenas “a letra” da canção. Contudo, a música, nos desperta reações e lembranças, por ser um conjunto de palavras, melodia, harmonia e o ritmo. “Ela penetra diariamente em nossos centros nervosos e coordena mentalmente, de maneira imediata, a divisão do tempo e do espaço. Músicas que fizeram parte do nosso passado, ao ouvirmos, nos remetem aquela época, ativando todos os nossos sentidos”, diz Anna Paula.

Ao ouvirmos músicas que gostamos, elas podem mudar completamente um dia ou uma situação difícil e, em alguns casos, produzir um efeito tranquilizante. A musicoterapeuta Anna Paula afirma que alguns estudos científicos comprovam que quando ouvimos uma música que nos agrada, nosso cérebro libera uma substância chamada de dopamina, que age como neurotransmissor e nos faz sentir bem, baixando os níveis de cortisol (hormônio responsável pelo estresse e ansiedade), nos tranquilizando. “Dessa forma, ao ouvirmos uma canção, podemos mudar o nosso humor, como também superar uma situação difícil. Contudo, é preciso cautela, pois algumas músicas específicas de nossa história tem o poder de ativar lembranças negativas, por exemplo, uma pessoa que ouvia determinada música com sua esposa, e marcou o romance do casal, ou após uma separação, terá dificuldade de ouvi-la novamente e, por isso, é importante buscar ajuda profissional de um musicoterapeuta para superar determinados momentos e memórias”, salienta.

A música e o isolamento social

Em tempos de pandemia, todos estamos enfrentando o isolamento social e é eficaz fazermos da música um meio de comunicação. Conforme propõe a musicoterapeuta Anna Paula, podemos utilizá-la para aliviar o estresse, aumentar a confiança e diminuir medos e ansiedades.

“Escolher músicas de nosso repertório é essencial, aquelas que sabemos que ao ouvi-las, nos despertarão alegria. Nos dias atuais, poucas são as músicas em que as letras trazem um conteúdo reflexivo ou mesmo positivo, então que cada um tenha discernimento, selecionando uma playlist adequada aos seus próprios valores”, destaca a musicoterapeuta.

É exatamente por trazer positividade e uma reflexão da sociedade, que a jornalista Izabela Scorsin, 24, é apaixonada pelas músicas da Banda Melim, composta pelos irmãos Rodrigo, Gabriela e Diogo Melim. “Gosto muito da suavidade na voz dos três. A melodia tranquila, que acalma o coração. Depois, as letras das músicas que falam de amor, positividade e que dão um ar de esperança de dias melhores”, diz Izabela.

A Banda Melim é composta pelos irmãos Rodrigo, Gabriela e Diogo Melim / Fonte: Uol

Para a amante da banda, ouvir as músicas é, independente do lugar, um “paraíso na terra”. “Com as músicas da Melim, aprendi que o que nós carregamos dentro do nosso coração é o que voltará para nós, com a famosa Lei do Retorno. As palavras que eles trazem como fé, paz, saúde, sucesso, alegria, esperança e amor são essenciais no nosso dia-a-dia”, diz.

Ao buscar o que realmente toca no coração, é que a musicoterapia pode ser uma ótima ferramenta, pois além de ouvir uma música, ela a utiliza de forma prescrita para ajudar o paciente a promover a saúde, por meio de experiências musicais e das relações que se desenvolvem por elas, estimulando mudanças positivas em quatro áreas das funções humanas: cognitiva, física, psicológica e social. “Através da linguagem não verbal, a pessoa pode se redescobrir, entrar em contato com o ‘desconhecido’ de si mesmo”, destaca a profissional.

E para quem é indicada a terapia através da música?

A musicoterapeuta Anna Paula indica para todos os públicos, de crianças até a terceira idade. “No caso dos pequenos, eles conseguem na musicoterapia, se expressar e organizar seus sentimentos, tão confusos nesses dias! Já os adultos e idosos, que normalmente guardam para si o que sentem em prol do outro, é indicado que participem da terapia para usufruírem de um momento em que colocarão para fora as suas dúvidas, cansaços e incertezas. Compondo sua própria canção, fazendo dos tempos difíceis uma motivação”.

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