No dia 18 deste mês, comemoramos o Dia do Médico, que tem um papel importante na saúde, qualidade de vida e bem-estar das pessoas

Em um ano marcado por dificuldades no cenário da saúde, com a pandemia do Covid-19, vê-se que o papel dos profissionais da saúde é imprescindível. Mas, sabemos da sua importância muito antes e, por isso, merece um destaque mais que especial. A Revista Mais Saúde, tem a honra de homenagear esses profissionais tão especiais, inspiradores e fundamentais, contando um pouco das suas histórias. 

A médica dermatologista Renata Tavares (CRM 19692) atua há quase 19 anos em Guarapuava e conta que o começo da profissão médica é sempre mais difícil. Ela também é clínica geral e trabalhou um tempo em pronto socorro e plantões o que era cansativo, pois tinha pouco tempo de descanso e muito trabalho. Mas, valeu muito a pena ter feito clínica médica, já que ampliou muito seu conhecimento antes de se especializar na dermatologia, pois existem muitas doenças sistêmicas como diabetes, hipotireooidismo e doenças reumatológicas que são acompanhadas por alterações  cutâneas. “Depois, na área de dermatologia atuei por um tempo tanto pelo SUS quanto em clínica particular, e o  atendimento em serviço público era muito desafiador, como a maioria são pessoas mais carentes, muitas vezes, as doenças já chegam mais graves e exigem um maior cuidado do médico para tratá-las, porém, era muito gratificante poder ajudar”, relata. Hoje, ela atua em sua clínica particular Dermacare. 

Mesmo com muitos desafios, a médica dermatologista é apaixonada pelo que faz. “Sou muito feliz na especialidade que escolhi, pois a dermatologia trata desde o bebê até o idoso, cuida das doenças e também da beleza da pele, cabelos e unhas, realizamos tanto atendimento clínico quanto cirurgia dermatológica  e procedimentos  estéticos”. 

Os avanços na Dermatologia 

A dermatologia é uma especialidade na qual cuidamos da saúde da pele, cabelos e unhas e sendo  o conceito de saúde o bem-estar físico e mental de um indivíduo, podemos destacar que as doenças dermatológicas, muitas vezes, são por si só estigmatizantes e visíveis para quem olha, o que pode gerar problemas psicológicos e de autoestima nos pacientes. 

Entre as mudanças na especialidade temos o desenvolvimento de setores que cuidam das psicodermatoses que abordam também o estresse como fator desencadeante de doenças de pele, como psoríase, alopecias difusas do couro cabeludo, urticárias e outras. A dermatologia que no início do século passado cuidava essencialmente das doenças  foi também junto da cirurgia plástica, pioneira em desenvolver técnicas e tratamentos na área da cosmiatria e estética e hoje a dermatologia brasileira  é reconhecida  no mundo todo como uma das que mais estudam e produzem trabalhos científicos na área estética da pele”, afirma Renata. 

A médica destaca ainda os avanços na área da cirurgia dermatológica, com procedimentos como a cirurgia de Mohls, que possibilita a retirada de câncer de pele de forma menos invasiva e mais segura. Já no setor tecnológico, a evolução está no surgimento de um grande número de lasers, aparelhos de radiofrequências, luz pulsada, ultrassom micro focado, entre outros. 

Já o médico otorrinolaringologista Rodrigo Pereira (CRM-PR 28584/RQE 18967) relata que a otorrinolaringologia é uma das especialidades mais ecléticas e abrangentes na medicina em termos de faixa etária, pois são atendidos desde bebês com doenças respiratórias até idosos com queixas auditivas. “Ao longo dos anos creio que o que mais mudou na otorrino foi a tecnologia voltada a diagnósticos e equipamentos cirúrgicos. Microcâmeras com fibras óticas cada vez mais finas vem nos proporcionando fazer exames e cirurgias minimamente invasivas com ótimo tempo de recuperação. Quem não dominar estas técnicas com primazia estará ultrapassado. Além disso, a indústria farmacêutica nos brinda frequentemente com novas drogas com possibilidade de tratamentos cada vez mais reduzidos e menos efeitos colaterais e cabe ao bom médico saber usá-las em favor de seus pacientes”, afirma. 

O médico atua em Guarapuava desde 2015 como otorrinolaringologista. Formado há 10 anos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), não é guarapuavano de nascimento e sim de coração. “Aqui casei e tive filho, portanto, a cidade já faz parte da minha vida. Realizo desde o início atendimento especializado para contribuir na rede pública da cidade (Cisgap/Cis Centro-Oeste), também já trabalhei por 2 anos no SAMU Guarapuava, local de muito aprendizado. Hoje atuo apenas como otorrinolaringologista em minha clínica privada, a Rinoclin, realizo atendimentos e cirurgias também pelo hospital São Vicente de Paulo e em outras clínicas (Madeclínica e Specialite)”, destaca o médico. 

As batalhas na profissão

Em sua atuação como médico, Rodrigo acredita que a fase mais complicada é o início da carreira, onde temos ainda muitas dúvidas e pouca experiência. “Eu tive um pouco de resistência no início por não ser daqui, porém, o fato de atender a rede pública me ajudou muito. Confiança e credibilidade se ganham com o tempo. O maior filtro do profissional é a população: se não fizer um bom trabalho na sociedade você será apenas mais um. Hoje, com 10 anos de formado, vejo que os momentos bons não podem ser citados e sim vivenciados diariamente em cada paciente que posso ajudar de alguma forma, seja por meio de um tratamento ou através de um procedimento cirúrgico”, destaca. 

O médico afirma ser completamente realizado em sua profissão e na especialidade escolhida e acredita ser um privilegiado, por atender pacientes de todas as idades. “Não me considero, porém, um ‘workaholic’, procuro dividir muito bem o meu tempo para poder aproveitar as noites e os fins de semana com minha família e amigos, isso é o mais importante. Me interesso por outros hobbys e assuntos completamente alheios a medicina o que acaba sendo uma válvula de escape e gosto de ter tempo pra isso. Com a chegada dos cursos de medicina na cidade bem como o aumento até de certa forma indiscriminado de novas faculdades, a exigência do médico pelo mercado passa a ser cada vez maior, por isso, procuro estar sempre atualizado e atento a novos tratamentos e tecnologias para beneficiar meus pacientes”, salienta o médico otorrinolaringologista. 

A oftalmologia

Ao longo dos anos, a oftalmologia vem se apresentando cada vez mais precisa com os avanços tecnológicos que são fundamentais para que novos métodos de diagnóstico e tratamento de problemas oculares sejam encontrados, garantindo um olhar de esperança para o futuro. 

A médica oftalmologista Eliana Pires (CRM 13614), relembra a história, em que a civilização egípcia foi a primeira a estudar os olhos humanos, mas foram os gregos que instituíram a oftalmologia clínica. “Hipócrates, o pai da medicina, dedicava-se com entusiasmo ao estudo minucioso das doenças oculares, sendo daquela época os registros iniciais da anatomia dos olhos. Já na Idade Média, a oftalmologia era praticada com pouco conhecimento sobre o assunto. No século XVII, Kepler, Descartes e Christoph Scheiner avançaram na área ao descobrirem as peculiaridades da refração ocular (as medidas de graus). Um século depois, a localização da catarata foi desvendada através de equipamentos e as atenções se voltaram para o cristalino e o Século XX, que se destacou pelas inovações no campo cirúrgico, que progrediu imensamente após a Segunda Guerra Mundial”, relembra a médica. 

Quando olhamos para trás, nos deparamos com homens visionários que são desanimaram diante dos obstáculos e lutaram para vencer a cegueira. “Quando olhamos para frente, precisamos continuamente otimizar soluções para garantir um olhar de esperança para o futuro”, afirma Eliana. 

A médica, que atua há 22 anos em Guarapuava, iniciou o seu trabalho aqui com o Projeto Catarata, o qual tinha por finalidade reduzir os casos de cegueira por catarata através dos procedimentos cirúrgicos. “Na ocasião realizamos cerca de 2 mil cirurgias de catarata através deste programa especial. Bem, me apaixonei por esta cidade que me acolheu de forma tão especial que finquei minhas raízes neste solo abençoado”, diz. 

Eliana vê a medicina como um eterno e “delicioso” desafio. Já a oftalmologia, exerce fascínio na médica. Mesmo com todo esse amor e paixão pela profissão, a médica já passou por momentos difíceis na carreira. “Acredito que o mais difícil é ver pessoas sendo privadas da qualidade de vida por não buscar tratamento precoce e os melhores são todos os dias fazer o que mais gosto, ser médica e praticar a arte da oftalmologia dentro da medicina”, conta. 

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