Foto de RODNAE Productions no Pexels.

Essa época da vida das mulheres ainda está envolta em muitos tabus e gera muito medo

Dois anos sem dormir direito, sem nem sequer uma noite inteira de sono. Toda vez que a hora de deitar chegava as únicas companhias eram a inquietação e as palpitações no coração. “Sem paz”, relata a apresentadora norte-americana, Oprah Winfrey, ao se referir ao período em que ainda não havia descoberto que estava na menopausa, entre seus 48 e 50 anos.

O exemplo faz parte de um artigo publicado no site pessoal da comunicadora, que revela como as palpitações no coração a levaram a descobrir que estava chegando ao climatério.

Quem também falou publicamente sobre o tema, recentemente, foi a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, que compartilhou suas experiências. Em seu podcast, Michelle Obama, contou dos problemas hormonais que teve durante a vida e como isso a afetou quando chegou nesse período, intensificando, inclusive, os famosos calorões sentidos. “Eu estava toda arrumada e precisava entrar em um evento. Era como se alguém tivesse colocado uma fornalha dentro de mim e ligado na temperatura alta. Então tudo começou a derreter. Isso é loucura, não vou conseguir participar”, relembra.

Para ela, a saúde da mulher, no geral, é um tema culturalmente pouco abordado por elas próprias e acredita na necessidade de se conversar e compartilhar mais a respeito. Os casos de Oprah e Michelle reforçam algo que é bastante verdade, inclusive na realidade do Brasil. Ainda há muita falta de informação e tabu sobre a menopausa.

Essa conclusão é compartilhada por Márcia Selister, educadora física e criadora das contas no Instagram Menopausa Sem Vergonha e Meio Século de Mulher, ambas voltadas para o compartilhamento de informações relevantes para o bem-estar do público feminino. Ela enxerga a falta de informação acessível e de qualidade como o principal problema que envolve o tema.

Gangorra emocional

““É uma carga de emoções e transformações que muitas vezes nos pega de surpresa”, cita Márcia Selistes. Foto de Dương Nhân no Pexels.

Irritabilidade e depressão, calorões, dores crônicas e insônia são alguns dos sintomas que podem surgir logo no começo e nem sempre as mulheres têm consciência de que isso faz parte dessa fase, afirma Márcia. “É uma carga de emoções e transformações que muitas vezes nos pega de surpresa. A mulher se sente sozinha, abandonada e com muitos questionamentos. Menopausa é sentir. Precisamos falar do que sentimos”, ensina.

Os dois projetos de Márcia abordam informações a respeito da saúde feminina, especialmente das que já chegaram a esse momento de vida, e do que pode ser feito para minimizar esses efeitos. O conteúdo foi baseado numa pesquisa feita pela criadora. Entre os temas que mais despertam a curiosidade do público, estão questões a respeito de reposição hormonal, tratamentos alternativos para menopausa, sintomas e como identificá-los, libido no climatério, mudanças físicas, entre outros.

Essas dúvidas ajudam esclarecer e diminuir as pressões para quem está chegando e passando por esse período, mas igualmente importante é que as pessoas de seu círculo social também sejam instruídas. “As informações precisam chegar ao maior número de pessoas, não só às mulheres, pois o climatério e a menopausa afetam a vida da mulher e de todos que convivem com ela”, evidencia a educadora física.

Diminuindo os efeitos

O esclarecimento é crucial para a adaptação a essa nova fase. Nesse sentido, a profissional sugere consultar a um médico especialista na área, com o intuito de tirar dúvidas e remover os medos. A principal sugestão é uma conversa franca. “Precisamos ter consciência que hábitos de vida saudáveis ajudam a envelhecermos com saúde, como alimentação, exercício físico planejado e boa qualidade de sono. Eles são essenciais para chegarmos e passarmos bem pela menopausa”, complementa Márcia.

Muitos os sintomas sentidos podem ser amenizados com esses cuidados de prevenção. Por isso, novamente, a informação é a maior aliada. A educadora física explica que a menopausa deve ser planejada e tratada com importância. O principal inimigo a ser combatido, ela reforça, são os tabus e os medos, lembrando que é apenas o final da fase reprodutiva da mulher, que continua tendo sua feminilidade preservada, pode ser produtiva e ter uma vida sexual ativa.


Dicas para diminuir os sintomas

A primeira recomendação de Márcia Selister é consultar um médico. “Tenha uma conversa franca e aberta sobre seus medos e dúvidas”, aconselha.

Depois disso a mulher pode procurar fazer os seguintes passos:

 

Exercícios ajudam a amenizar os efeitos. Foto de Julia Larson no Pexels.

Pratique exercícios físicos: “são fundamentais. Pense em algo que te dê prazer, mas se não tiver nada, faça assim mesmo, pois os efeitos são muito positivos. Os exercícios podem diminuir calorões, dão mais disposição, aliviam as dores, ajudam na depressão e na ansiedade. Também são úteis para conservar a massa muscular, tão importante para a saúde dos ossos. Com boa orientação, faça exercícios de força, equilíbrio, alongamento, respiração e aeróbicos, pelo menos três vezes na semana”

 

Cuide da alimentação: “Existem comidas que podem auxiliar no alívio dos sintomas da menopausa. Coma alimentos de verdade: saladas e frutas, por exemplos. Evite embutidos, processados, enlatados. Se possível consulte uma nutricionista”.

Faça atividades prazerosas: “A ideia aqui é aliviar o estresse, converse com suas amigas, faça chamadas de vídeo e dancem juntas, deem risadas e por aí vai”.

Cuide do seu sono: “Pelo menos meia hora antes de dormir, fique num ambiente tranquilo, sem muito estímulo, sinta sua respiração e vá relaxando aos poucos”.

“Você é aquilo que você realiza e nunca é tarde para começar”, reforça Márcia.


Meio século de mulher e Menopausa sem vergonha

Os projetos e suas informações estão disponíveis para acesso gratuito no Instagram. São mais de 20 gravações de conversas com especialistas como sexóloga, fisioterapeuta pélvica, ginecologista, nutricionista, dermatologista, geriatra, oncologista, terapeuta ayurveda, entre outros.

O contato pode ser feito pelo e-mail menopausasemvergonha@gmail.com, ou pelo telefone 51 9 9236 6951.

Instagram: @meioseculodemulher @menopausasemvergonha

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor deixe seu comentário!
Por favor informe seu nome