A música provoca a sensação de prazer e bem-estar, além de ser considerada uma aliada de peso em tratamentos de saúde.
“Meu coração faz ‘Chica Chica Boom Chic’,com emoção ‘Chica Chica Boom Chic’…”, a música dos compositores Harry Warren e Mack Gordon, e interpretada por Bebel Gilberto e Carlinhos Brown, parece retratar os batimentos e a euforia do coração ao escutar a sua música ou ritmo preferido. A música pode marcar época ou uma data especial, fazer lembrar de alguém, propor um momento de paz ou descontração, ajudar na concentração, além de várias outras benfeitorias à saúde que merecem aplausos, mas, claro, aplausos ritmados.
Um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, acaba de provar e apresentar para a Associação Americana do Coração que aquelas canções consideradas especiais para um indivíduo têm efeito direto sobre a saúde cardíaca. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores mediram, por meio de ultrassom, o diâmetro dos vasos sanguíneos no braço de dez voluntários saudáveis e não fumantes, logo após uma sessão com suas músicas preferidas. Após 30 minutos ao som das canções, levadas pelos próprios participantes, os cientistas observaram um aumento de 26% no calibre dos vasos, que comparado com um vídeo bem humorado e com o mesmo tempo de duração teve uma dilatação de 19% .
Além de a música toar como um estimulante e energizante, tocar algum instrumento musical também faz muito bem à saúde. A prática eleva a auto-estima, desinibe, produz a sensação de calma, estimula a concentração e o raciocínio e promove a interação social. “Tocar instrumentos fortalece e melhora a coordenação motora, ajuda no aprendizado de alunos que estão freqüentando a escola, diminui a ansiedade e contribui no combate da depressão”, afirma a professora de música, Danielle Soraya da Silva Figueiredo.
Em todas as idades, a música reforça a convivência em grupo, melhorando o interpessoal. “Nas aulas de instrumento, o aluno vai interagir com o professor e com os colegas, o que faz com que ele precise superar a sua timidez e introversão. Mesmo que o aluno não goste de se comunicar com palavras, através da música ele expressa os seus sentimentos, é a inclusão pela música, e busca sempre a sua própria superação”, revela a professora.
Praticar instrumentos musicais desperta a curiosidade, trabalha a imaginação e a criatividade. Segundo Danielle, ao contrário do aluno tímido, o hiperativo começa a tocar e logo pára para fazer outra atividade. Então, é preciso despertar a sua curiosidade e estimulá-lo para que ele toque toda a música, com técnicas novas, melodias novas e novos instrumentos.
A música não tem idade para ser escutada, tocada ou apreciada. “A musicoterapia pode ser aplicada desde a vida intra-uterina, pois pesquisas provaram que o feto reage ao som e, por ser estimulado desde cedo, nasce com maior capacidade de desenvolver seu potencial”, afirma a presidente da Associação dos Profissionais e Estudantes de Musicoterapia de São Paulo (Apemesp), Maristela Pires da Cruz Smith.
Já está comprovado que melodias agradáveis aumentam a produção de endorfina e serotonina, substâncias produzidas no cérebro que são responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Por isso, a música emociona, alegra, desperta a imaginação, promove interação, marca um momento especial e, até mesmo, entristece, dependendo do ritmo.