Bem-estar próprio e para o meio ambiente

Brasileiros têm buscado consumir cada vez mais produtos com foco no bem-estar, tanto pessoal como ambiental

Consciência. Esse único termo parece ser a chave para uma vida mais saudável. Por exemplo, é necessário abrir os olhos para nossa alimentação para evitarmos problemas.

Ou seja, tendo consciência do que entra no prato, é possível evitar o sobrepeso ou deficiência de algum nutriente. Com isso, também mitigam-se as chances de colesterol e diabetes. Contribuindo, assim, para uma melhor na condição do organismo.

É preciso, também, a consciência de nossos hábitos. Um exemplo disso é o sedentarismo que agrava diversas doenças. 

Relacionada a saúde está também a consciência com o meio-ambiente. Se considerarmos o conceito de qualidade de vida, tão importante quanto como nós estamos é o lugar que nos encontramos.

Nesse sentido, a preocupação com o impacto ambiental daquilo que comemos, fazemos e consumimos é importante.

Por sorte, cada vez mais pessoas no país tem buscado unir positivamente esses interesses. É o que aponta um estudo realizado pela Esentia Inteligência. Conversamos com o CEO da empresa, Gustavo Ramos. Ele falou sobre a preocupação da ligação entre o bem-estar da pessoa e do meio-ambiente. Isso é algo que as pessoas vem demonstrando através de seus hábitos de consumo.

É possível observar que as pessoas têm buscado o bem-estar próprio alinhado com um bem-estar ambiental, certo?

Gustavo Ramos: Sem dúvida. Em nosso estudo, detectamos que a alimentação saudável é importante para 59% dos brasileiros. O que impacta na prioridade que 63% das pessoas estão destinando para sua saúde mental e bem-estar. Nesta esteira positiva, as tendências de ‘pacto social’ e ‘transparência’ surgem fortes como demanda dos consumidores, que buscam fortalecer vínculos com marcas “sustentáveis”.

Quais tendências do estudo você crê que apontam isso?

Gustavo Ramos: Descobrimos, por exemplo, que 46% das pessoas  acreditam que as marcas devem priorizar a produção de alimentos de forma sustentável. Com o efeito da pandemia, esta tendência valoriza alimentos com “selo de origem” e informações intrínsecas que atestem a saudabilidade do produto adquirido. 

Os consumidores estão cientes de que os alimentos não nascem espontaneamente nas gôndolas. Eles querem conhecer cada vez mais sobre quem o produziu, como o produziu e sob quais valores. A tendência de saber a origem dos produtos é tão forte que também engloba os alimentos a granel, com informações por meio de etiquetas adesivas, por exemplo. Com isso, os consumidores identificam o caminho que o alimento percorreu do campo à mesa.

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Essa preocupação surge desde a origem do produto?

Gustavo Ramos: Isso. Aqui, cabe ressaltar também as AgTechs, que são startups atuantes no agronegócio. O País consolidou uma adoção digital que cresceu durante a pandemia. Essa realidade vem colocando o Brasil em uma posição diferenciada e voltada à competitividade do setor de agronegócio, fomentando o desenvolvimento de ferramentas como agroecologia, bioeconomia, agricultura urbana e vertical, sistemas alimentares, smart farming e agricultura digital. O fortalecimento de ecossistemas de inovação para gerar e disseminar resultados com soluções para agricultores e sociedade já é uma realidade no país.

Além do mercado de alimentos, algum outro ramo se destaca impactando positivamente a saúde da pessoa e o meio-ambiente?

Gustavo Ramos: Estamos observando um interesse cada vez maior em segmentos relacionados à saúde ambiental, caracterizada por abordar os modos como os elementos do meio ambiente (físico, químico e biológico) influenciarão na qualidade de vida e na saúde humana. Além de tornar claro quais são as melhores medidas que devem ser tomadas para as relações entre as pessoas e o meio ambiente, os profissionais deste ramo devem se preocupar em executar e impulsionar ações que dialoguem com os aspectos que possam vir a desregular ou a agravar esses vínculos.

Outro setor em ascensão no país é o de logística reversa. A coleta e encaminhamento à reciclagem de produtos e seus resíduos após o descarte do consumidor final é uma agenda de importância crescente no país. Em 2018, o Brasil gerou, aproximadamente, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Desse total, apenas 3% foi efetivamente reciclado. Mas temos excelentes exemplos no Brasil de soluções relevantes em logística reversa. Um deles é a lata de alumínio para bebidas que, no ano passado, alcançou um recorde de mais de 97% das latas recicladas. Isso totaliza um universo de mais de 30 bilhões de latas, nos colocando à frente de países como Japão, Estados Unidos e Alemanha, por exemplo.

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