É preciso tomar cuidado em não generalizar qualquer tontura com a doença que é inclusive bem rara
Um termo muito usado erroneamente, o entendimento sobre a Labirintite se limita a qualquer tontura. Para não haver mais confusão, venha conosco saber do se trata exatamente desta doença.
“Labirinite mesmo é uma doença infecciosa que afeta o labirinto, uma estrutura relacionada a audição e equilíbrio do corpo.”, destaca a otorrinolaringologista, a Dra. Marília Camargo (CRM 32700 RQE 22419). “E hoje em dia, com a utilização de antibióticos, praticamente não existe mais, ou pelo menos não tão frequente”.
De acordo com a doutora, a Labirintite é relacionada a qualquer tipo de tontura, o que não é a realidade. “O que existe são inúmeros tipos de tontura do labirinto. Seus sintomas são as tonturas associadas a zumbido (tinnitus), náusea, mal estar, vômito, perda de equilíbrio”.
Como tratamos?
“Tudo vai depender da causa e, consequentemente, dos sintomas, para entender essas causas.”, explica a otorrinolaringologista. “Cada tipo de tontura tem um tratamento, não é tudo igual. Por exemplo: se a pessoa tem tontura giratória, que dura poucos segundos, e que piora com a movimentação da cabeça, podemos estar diante de um tipo de tontura que chamamos de VPPB (Vertigem Postural Paroxistica Benigna) ela é uma das mais comuns, pode estar associada a zumbido ou não.”
Ela também conta que dentro do labirinto temos os otólitos, como se fossem diminutos “cristais de cálcio”, que nos ajudam a trazer o equilíbrio. Quando giramos a cabeça para um lado eles “acompanham”e nos estabilizam, mas eles podem sair e acabam ficando no lugar errado, causando a tontura. “Então o tratamento para esse tipo é reposicionamento dos cristais, que podem ser por meio de manobras de reposicionamento”, salienta.
“Mas também existem outros tipos: Síndrome de Menière, ansiedade causando ou piorando uma tontura, Migrânea Vestibular, Neurite Vestibular, Tonturas de origem Central, Cardiovascular (como hipertensão), etc”, exemplifica a doutora.
Como as pessoas podem evitar crises de tontura?
“Evitando os fatores causais dela, que tudo vai depender mais uma vez da causa. Por exemplo, uma Migrânea Vestibular, que é a tontura associada a enxaqueca, evitando alguns alimentos como cafeína, embutidos, condimentos, especialmente os industrializados com glutamato monossódico”.
Entretanto, no geral, hábitos saudáveis que já evitam outras doenças e trazem o bem-estar também podem ser aplicados com relação à Labirintite como:
- Dormir bem;
- Evitar jejum prolongado;
- Hidratação adequada.
Manobra de Epley
Uma das manobras para reposicionamento dos “cristais de cálcio” e aliviar a tontura, já que é uma das suas principais causas.
“Primeiro fazemos o diagnóstico para ter certeza de que é VPPB (Vertigem Postural Paroxistica Benigna). Depois por meio de uma manobra (Dix- Hallpike) podemos fazer o diagnóstico de qual é o canal ‘afetado’. Se for em um dos laterais, podemos reposicionar por meio da manobra de Epley”.
A doutora afirma que para quem tem esse tipo de tontura, após uma manobra normalmente o paciente já tem uma melhora significativa. Por isso ela diz que é muito importante não generalizar os tipos de tontura. E ir ao médico para saber o que a está causando. “Já vi pacientes utilizando medicações e na realidade possuíam VPPB e em uma só manobra melhoraram, como também já vi pacientes fazendo fisioterapia vestibular há muito tempo e sem melhora, pois não possuem o diagnóstico correto da sua tontura”, finaliza.
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