A ex-ginasta contou sua história de vida na abertura da Semana da Saúde promovida pela Faculdade Guairacá
A ex-ginasta Lais Souza começou sua carreira ainda criança na ginástica artística, e ao longo da profissão conquistou medalhas nos Jogos Pan-Americanos e etapas da Copa do Mundo, além de ter disputado as Olimpíadas de Atenas em 2004 e de Pequim em 2008. Em 2014, quando se preparava para disputar a modalidade de esqui alpino nos Jogos Olímpicos de Sochi, na Rússia, Lais se chocou contra uma árvore e sofreu um trauma severo na terceira vértebra. O acidente fez com que ela perdesse os movimentos do pescoço para baixo, ficando tetraplégica. A partir desse momento, a vida teve de ser ressignificada.
Cinco anos após o acidente, a atleta passou por muitas mudanças e aprendizados, e compartilha sua experiência com outras pessoas através de palestras e bate papos. Em outubro Lais abriu a V Semana Integrada dos Cursos de Saúde da Faculdade Guairacá, que reuniu os cursos de Enfermagem, Educação Física, Odontologia, Psicologia e Fisioterapia. Em entrevista exclusiva à Revista + Saúde, Lais comentou a importância dos avanços da medicina e em específico da fisioterapia em seu processo de recuperação. “A fisioterapia faz mais do que um papel só físico para mim, acho que me ajuda muito psicologicamente, só o fato de eu poder ficar em pé e sentir a liberdade de poder sair da cadeira, de trabalhar sozinha…A fisioterapia é muita coisa e me traz uma qualidade de vida gigante!”, comenta.
É preciso muita garra e superação para seguir em frente, mas Lais não nega que muitas vezes é difícil. “Sinto que eu ainda não superei totalmente, ainda acontece de eu acordar triste e de não aceitar a situação. Eu não acho que essa sensação vai passar tão rápido e nem sei se vai passar”, desabafa. Para ela, sua força está em poder ajudar os outros. “Todo dia eu acordo e penso ‘o que posso fazer para sair da cama?’, então decido que vou trabalhar, ouvir tantas outras histórias de superação e ajudar outras pessoas”, explica Lais.
Atualmente, Lais está cursando História e realiza palestras e bate-papos pelo Brasil. Para o futuro, no esporte, ela diz que as coisas ainda estão lentas, mas não descarta a possibilidade de voltar futuramente. “Na vida pessoal, quero ter filhos e ter minha própria casa. Penso num futuro bem pleno e adaptado”, finaliza.