A quantidade da ingestão de café pode variar de pessoa para pessoa, mas estima-se que a dose ideal é de no máximo 6 xícaras de 100ml
O café acompanha praticamente todos os brasileiros, desde criança até pessoas idosas. Porém, muitas consomem diariamente doses elevadas de café. Por isso, estima-se que o ideal de consumo diário para a faixa etária de 20 a 60 anos é de até 600 ml da bebida, ou seja, até 6 xícaras de 100 ml, de acordo com a nutricionista Bruna Letícia dos Santos (CRN-8 12718). Por isso, entrevistamos a profissional, que deu dicas de como fazer uso do café de maneira saudável.
Mais Saúde: quem pode tomar a quantidade média de café por dia?
Bruna Letícia: é muito importante saber que algumas pessoas têm restrições, por exemplo, as gestantes, onde o consumo deve ser reduzido a no máximo quatro xícaras por dia. Além das grávidas, as pessoas que apresentam algum quadro de ansiedade, também devem estar atentas com o consumo excessivo de cafeína, pois, como a mesma atua no estímulo ao sistema nervoso central, sua alta ingestão pode agravar os sintomas, podendo levar a um aumento da frequência cardíaca. Lembrando que, a cafeína não está presente apenas no café, mas, também em outros alimentos, como chá mate, chocolate, refrigerantes tipo cola e outros.
Mais Saúde: quais os benefícios do café?
Bruna Letícia: estudos atuais apontam que para um efeito benéfico do café em relação ao que se refere no andamento de determinadas doenças, entre elas: doença de Parkinson e Alzheimer, diabetes tipo II, asma, cirrose alcoólica, determinados tipos de cancro. Há também um aumento do estado de alerta, da energia, da capacidade de concentração, do desempenho em tarefas simples, do tempo de memória visual, diminuição da sonolência e do cansaço.
Mais Saúde: sabemos que muitas pessoas são viciadas em café. Quais são os perigos?
Bruna Letícia: a ingestão equilibrada de cafeína não aparenta, de um modo geral, causar ameaças para a saúde. Porém, doses superiores podem provocar efeitos negativos tais como taquicardia, palpitações, insônias, ansiedade, tremores, dores de cabeça e náuseas. É de acentuar que estes efeitos inoportunos podem manifestar-se, da mesma forma, em algumas pessoas sensíveis à cafeína, mesmo sem o consumo de elevadas quantidades de café. Os estudos publicados não comprovam realmente se o consumo de café está ou não associado à hipertensão. Todavia, recomenda-se controle no consumo em indivíduos hipertensos, fumantes ou sujeitos a situações de estresse, uma vez que existe um entendimento geral de que serão grupos mais vulneráveis ao efeito vasopressor (agente ou fármaco que aumenta a pressão sanguínea) da cafeína. Vale lembrar que a indústria também disponibiliza o café descafeinado, com uma quantidade de cafeína reduzida comparada ao café tradicional. Para que aqueles que não podem consumir uma alta quantidade de cafeína, ainda assim possam continuar ingerindo o café, porém, o produto disponível no mercado é obtido por meio de métodos artificiais, sendo assim, deve-se ter cautela quanto ao seu consumo.
Mais Saúde: o café aliado ao açúcar pode ser prejudicial?
Bruna Letícia: o café aliado ao açúcar torna-se prejudicial principalmente se o indivíduo possui o hábito de ingerir uma grande quantidade de café várias vezes ao dia e, com uma quantidade excessiva de açúcar. Isso se dá pelo fato de que o consumo excessivo do açúcar está relacionado a várias doenças como o Diabetes Melittus II, por exemplo. Por esse motivo, a recomendação é que haja uma diminuição gradativa da quantidade de açúcar, até descartarem totalmente seu uso nessa bebida.