Descubra em que circunstâncias os diferentes tipos de trigo podem ser positivos ou negativos ao organismo
O trigo, um dos cereais mais consumidos do mundo, causa grandes controvérsias: afinal, devemos evitá-lo ou podemos consumir à vontade? É importante ressaltar que existem diferenças entre os seus tipos, como a farinha, a fibra e o gérmen de trigo, explica a nutricionista Alana Rossoni (CRN 8 8930 PR).
Germe ou Gérmen de trigo: é a parte germinativa do grão de trigo, sendo assim, considerada a parte mais nobre, uma vez que concentra o maior número de nutrientes, proteínas, sais mineiras e vitaminas, entre elas as vitaminas A, E e K, que possuem poder antioxidante e previnem o envelhecimento das células, além de contribuir para o aumento da imunidade e ajudar na regulação do sistema digestório, estimular o apetite e tonificar a pele. “O gérmen é responsável também pela boa coagulação sanguínea e pelo fortalecimento dos ossos. Você pode inserir o gérmen de trigo junto aos molhos, iogurtes, frutas e outros alimentos como um complemento alimentar”, recomenda a nutricionista.
Farelo de trigo: ou fibra de trigo, é composto pela camada externa do cereal e é rico em fibras solúveis e insolúveis, proteínas e ferro, que têm como função ajudar a baixar os níveis de açúcar e colesterol no sangue, tornando-o um excelente aliado no controle de diabetes e colesterol alto.
Farinha de trigo integral: é a mais tradicional e muito utilizada pelos brasileiros. Vale lembrar que o processo de produção da farinha consiste basicamente na moagem do produto. Dessa forma, ela mantém todos os nutrientes e atua na prevenção de diversas doenças, além de fornecer vitaminas e minerais essenciais para o bom funcionamento do organismo.
Farinha de trigo refinada: traz mais malefícios ao nosso corpo do que benefícios. Trata-se de um ingrediente pobre em nutrientes e de alto valor glicêmico, além de possuir ação semelhante ao açúcar no organismo, pois aumenta a taxa de glicose no sangue, o que pode elevar os riscos de diabetes, obesidade e doenças crônicas.
Por que a farinha de trigo refinada é maléfica?
O que torna a farinha de trigo refinada maléfica à saúde é o processo de refinamento, que separa do trigo a casca e o gérmen, mantendo apenas o endosperma do grão que depois é moído. Nesse processo, retira-se grande parte das propriedades nutricionais do alimento. As farinhas são produzidas através do esmagamento dos grãos de cereais, transformando-os em pó fino. “Este pó forma a base não apenas de pães e bolos, mas de uma enorme variedade de alimentos processados, entre eles os cereais, biscoitos, a massa de pizza e até mesmo os cones dos gelados. O seu maior problema é sua facilidade de consumo, pois a maioria dos alimentos à base de farinha exigem pouca mastigação, o que faz as pessoas engolirem muito mais rápido o alimento e, consequentemente, consumir mais, justamente porque com a mesma rapidez com que o açúcar se eleva no sangue e aumenta os níveis de serotonina, hormônio ligado a sensação de bem-estar, ele também baixa, podendo gerar em um curto período de tempo, uma necessidade de consumir mais do alimento”, explica Alana.
Outro problema da farinha de trigo refinada é a falta de fibras. O processo de refino da farinha de trigo em farinha branca reduz 80% da quantidade de fibras, o que a torna muito mais pobre nesse quesito. Essas fibras são importantes para prevenir doenças cardíacas, diabetes e até a obesidade, além de que, sem fibras, nosso organismo se torna mais suscetível a apresentar desordens no funcionamento intestinal.
Uma dieta rica em cereais aumenta as complicações inflamatórias. “Quando o nível de açúcar no sangue sobe, a glucose se acumula estrondosamente. Quando a glucose se instala, existe o problema de se agregar às proteínas mais próximas. O resultado é uma reação química chamada glicação, um processo pró-inflamatório que afeta uma série de doenças inflamatórias – desde cataratas, passando pela artrite, até à doença cardíaca”, afirma a nutricionista.