A gestação é um excelente período para que a mulher desenvolva melhores hábitos alimentares
A gravidez é um período especial na vida de qualquer mulher. Por isso, a preocupação com alimentação está presente na vida de todas elas. Não existe uma fórmula aplicável a todas as mulheres, já que o organismo de cada uma determinará as suas necessidades. Cada gestante deve fazer o acompanhamento individualizado, levando em consideração suas particularidades. Contudo, há recomendações que podem ser consideradas universais, como a moderação no dia-a-dia.
Segundo a nutricionista Alana Lehn, a qualidade da alimentação durante a gestação, influencia diretamente na saúde da gestante e do bebê. “Como é exatamente nos primeiros três meses que o bebê passa por seu período crítico de desenvolvimento, o cuidado em fornecer todos os nutrientes essenciais para que isso aconteça deve ser enorme”, explica.
Confira alguns alimentos que são de extrema importância durante a gestação:
Ovos: Contêm mais de 12 vitaminas e minerais e ainda uma quantidade significativa de proteínas. É essencial para a intensa produção de células que acontece no corpo do bebê. Ainda promove o crescimento, ajuda na saúde cerebral, previne defeitos do tubo neural. Lembre-se de cozinhar bem os ovos para evitar o risco de transmissão de salmonella;
Peixes: Possuem proteínas de alto valor biológico, ferro, fósforo, magnésio, vitaminas A, B, D, E e K. Apresentam também uma elevada quantidade de ácidos graxos essenciais do tipo ômega-3, cujo efeito é proteger o corpo contra doenças cardiovasculares. Evite comprar sardinhas e atuns enlatados, em conserva tanto em óleo como em tomate, nesse formato, possuem alto índice de sódio e podem elevar sua pressão arterial;
Feijão: É um alimento completo em nutrientes, sendo fonte de proteínas, ferro, cálcio, magnésio, zinco, vitaminas (principalmente do complexo B), carboidratos e fibras. Além disso, possui substâncias antioxidantes vinculadas a um menor risco no desenvolvimento de alguns tipos de câncer e a uma menor incidência de doenças degenerativas. Ajuda na saciedade, redução dos níveis de colesterol e glicemia do sangue. Quando combinadas ao arroz, formam uma mistura de proteínas tão nutritiva quanto a carne;
Alimentos integrais: Apresentam vitaminas, magnésio, cálcio, potássio, fósforo e ferro e muitos benefícios. Possui fibras que auxiliam no bom funcionamento do intestino, evitando a prisão de ventre, além de auxiliar no controle do colesterol e maior sensação de saciedade.
Além destes alimentos, a nutricionista indica o consumo durante a gestação de aveia, oleaginosas, iogurtes, queijos brancos, couve manteiga, carne bovina magra, frutas cítricas e água de coco.
Contra Indicações
Alguns alimentos prejudicam a saúde da mãe e do bebê. Por isso, o ideal é que fiquem fora da dieta ou que sejam consumidos raramente. Segundo a nutricionista, a má alimentação pode refletir em alterações no seu desenvolvimento, prematuridade, alto risco de mortalidade, prejuízos na capacidade cognitiva e doenças futuras, como obesidade e doenças cardiovasculares. “Para a mãe, descuidar da dieta colabora na má formação dos tecidos maternos, deficiências nutricionais e distúrbios na gravidez, como hipertensão arterial e diabetes gestacional, problemas que aumentam os riscos de mortalidade”. Alana destaca alguns alimentos que não são recomendados durante a gestação:
Café, energéticos e chás termogênicos: Bebidas estimulantes, como o café preto, chá verde, chá de canela, chá branco, energéticos que contêm cafeína, causam o aumento da frequência cardíaca. Contribui para o aumento da pressão arterial, prejudicando o desenvolvimento da criança;
Embutidos em geral: Salame, mortadela, presunto, bacon, bacalhau, carne seca e carnes enlatadas possuem alto teor sódio que pode aumentar o risco de elevar a pressão arterial e são compostos de conservantes. Todo alimento artificial deve ser evitado;
Adoçantes: Muitas pessoas possuem o hábito trocar o açúcar pelos adoçantes. É necessário evitar produtos à base de sacarina e aspartame. Não há estudos que comprovem sua segurança. A melhor alternativa é optar pelas versões naturais, como o adoçante de Stévia, Xylitol e Eritritol;
Bebidas alcoólicas: Em grandes quantidades, o álcool está associado à malformação fetal, pois ele pode ultrapassar a barreira placentária e prejudicar o desenvolvimento do bebê ou evoluir para uma gravidez prematura;
Frutos do mar e ovos crus: Salmão, atum e mariscos, por exemplo, quase sempre consumidos crus, devem ser evitados devido à quantidade de bactérias que podem carregar. Eles tornam as futuras mamães mais suscetíveis a quadros de desarranjo intestinal. Isso poderia ocasionar uma desidratação, comprometendo a saúde dela e do bebê;
Bebidas Gaseificadas: Podem causar estufamento gástrico. Em casos de gastrite ou refluxo, o problema pode ser intensificado, as versões zero e light possuem muito sódio, que podem mexer com a pressão arterial;
Pimenta: Não faz mal, porém, existem pessoas mais sensíveis a ela, o que pode gerar queimação gástrica ou desconforto. Se a gestante já teve hemorróidas, a indicação da nutricionista é de que se evite ingerir ao longo da gravidez.
É preciso tomar cuidado com as cólicas em recém nascidos. E, alguns alimentos podem ser evitados, como pontua a nutricionista. “Alimentos como feijão, ovos, refrigerantes, repolho, chocolate, amendoim e leite em excesso devem ser evitados. Claro que gorduras boas como as da castanha de caju, castanha do Pará, nozes e outras são bem-vindas, elas contém aminoácidos que são perfeitos para prevenção de doenças na mãe e no bebê”, enfatiza.
Alimentação Pós-parto
O puerpério é o período entre seis a oito semanas após o parto e durante o qual o corpo da mãe sofre uma série de alterações físicas e psíquicas para retomar a condição anterior à gestação. Alana recomenda, que durante essa fase é preciso ter alguns cuidados com a alimentação, pois os nutrientes também chegarão até ao bebê, através do leite materno. “A dieta pós parto deve ter cerca de 400 calorias a mais do que a dose diária de ingestão para suprir bem a necessidade de mais de gordura para o leite do bebê.” Ter uma alimentação mais balanceada com frutas, legumes, carnes magras, evitando frituras e gorduras saturadas.
Veja algumas dicas para manter a saúde da mãe e do bebê no período pós-parto:
- Hidratação: Recomenda-se ingerir muita água, água de coco, sucos naturais e chás;
- Queda de cabelo: É comum e geralmente começa aos três meses do bebê. Por isso, a mulher deve investir em alimentos ricos em ferro, proteínas, vitamina A e zinco, como a cenoura, castanha do Pará, leite desnatado, ovos, iogurtes desnatados e carnes magras;
- Recuperação da pele no pós-parto: Alimentos que contém substâncias que favorecem a elasticidade da pele como gelatina e carne de músculo bovino em sopas podem ajudar bastante no processo de “enxugar” a barriga que se estendeu na gravidez;
- Perda de peso: Além da dieta pós-parto, é através da amamentação que a mulher perderá mais peso e de forma rápida.