Mocinho pra uns, vilão para outros. Afinal, o jejum pode ser benéfico?

 

No universo fitness diversas tendências são lançadas a todo momento. Métodos de treino e, principalmente, dicas alimentares estão sempre no topo das pesquisas de quem procura por atalhos para ter o corpo ideal e atingir seus objetivos de saúde. Agora, o que está em alta, é o jejum intermitente, e será que ele é um aliado para a saúde ou apenas mais uma moda perigosa?

De acordo com a nutricionista Thaiz Mineiro, o jejum consiste em não se alimentar desde o dia anterior, e é uma prática muito comum entre pessoas que querem emagrecer de qualquer maneira, mas sem priorizar a saúde. “É um caso de abstinência parcial ou total de alimentos, em determinado período de tempo. Estar em jejum é estar sem ingerir nenhum alimento por longas horas. E o jejum intermitente consiste em ficar sem se alimentar por um período programado, sendo intercalado por períodos de dietas”, descreve.

 

Como é feito?

Thaiz explica que existem vários protocolos, com diferentes tempos de jejum, diferentes alimentos ingeridos e diferentes frequências. Os protocolos mais utilizados nessa dieta são:

Variante 1 – Relacionada à frequência: dias alternados ou diariamente;

Variante 2 – Relacionada ao tempo: 14, 16, 18 até 24 horas, porém na grande maioria, não mais que 24 horas.

 

Exemplo:

 1º dia da dieta com jejum intermitente:

– Não consumir alimentos no café da manhã;

– Meio dia almoço liberado;

– Ao longo do dia realizar as refeições até o jantar, às 19h;

– Depois do jantar você irá permanecer em jejum até o almoço do dia seguinte. Neste protocolo a pessoa realizará 17h de jejum.

 

A nutricionista diz que quando você utiliza o período noturno (de sono) e  da manhã, no qual muitos não gostam de tomar café da manhã, o método fica mais fácil de ser realizado. “Todo indivíduo que faz jejum por um determinado tempo, faz com que seu organismo recrute substratos energéticos do próprio corpo, pois com o jejum a pessoa não tem o substrato do alimento”, explica. “Basicamente, de maneira bem simples e generalizada, essa seria a teoria e o motivo de realizar a dieta, ou seja, o corpo usaria tecido adiposo (gorduras) como fonte de energia para manutenção do metabolismo e, consequentemente, haveria perda de peso/emagrecimento. Porém, sem a ingestão de alimentos, o organismo irá retirar energia de sua fonte secundária onde está sua reserva de energia (nos músculos). Sendo assim, a perda de peso será de massa magra e não de massa gorda, que seria o objetivo”, revela a profissional.

 

Vale a pena?

De acordo com Thaiz, você deve pensar duas vezes antes de passar fome durante a semana, para conseguir resultados que poderão ser perdidos facilmente. “Agora há indicações de que ficar muito tempo sem comer e depois cair na comilança pode ser pouco saudável. Estudos com animais mostraram que o jejum prolongado alternado com alimentação excessiva, pode alterar o funcionamento da insulina, o hormônio que facilita a entrada e o metabolismo de glicose nas células, favorecendo o surgimento do diabetes”, esclarece.

Um estudo realizado no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) notou que, após um dia de jejum, os participantes sentiam uma fome tão intensa que ao se alimentarem novamente comiam o dobro do que aqueles que possuíam uma dieta balanceada e saudável. Além disso, os pacientes que realizaram o jejum intermitente perderam peso, mas exclusivamente de massa muscular, mantendo sua gordura visceral.

A nutricionista afirma que qualquer tipo de jejum traz prejuízos à saúde do indivíduo, então, não é recomendado realizá-lo. “Um organismo é diferente do outro, por isso devemos ter orientações de profissionais capacitados, como os nutricionistas, para realizar uma alimentação saudável e equilibrada personalizada ao seu biótipo”, conclui.

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