Entender os sinais do corpo é a chave para entender quando a fome é uma necessidade física de fato ou você está com a famosa fome de besteira
Os assaltantes de geladeira a meia noite sempre tem justificativa. É uma “fominha” que bate, costuma-se dizer. Acontece que nem sempre essa fome é uma necessidade fisiológica real.
A nutricionista Barbara Haddad (CRN 12657) explica que existe um outro tipo de fome, a emocional.
“Acontece quando estamos ansiosos, cansados, alegres ou tristes. São questões psicológicas que nos fazem acreditar que estamos com fome”, comenta. Diferente da fome real, não é qualquer alimento que a faz sumir.
“Geralmente ela é específica, é fome de batata frita, de chocolate, de hambúrguer”, complementa.
Um outro fator que diferencia esses dois tipos de fome é a maneira como o corpo reage. Quando há a real necessidade de se alimentar, alguns sinais aparecem.
Barbara conta que é comum sentir dor de barriga, fraqueza e dor de cabeça. Além de que, é claro, qualquer alimento mata essa fome.
De onde vem a fome de besteira?
É comum quando ocorre de forma emocional, que as pessoas relatem que estão com famintos e com vontade de comer guloseimas, a famosa “fome de besteira”, que pode assumir muitos outros nomes, mas são alimentos que não são os melhores para o corpo quando o assunto é a nutrição e a saúde.
A resposta para a origem desse comportamento está relacionada ao hábito alimentar. A profissional explica que essa questão é muito importante para a manutenção do corpo de forma geral.
“Quanto mais comemos frutas, mais frutas vamos querer, quanto mais chocolate comemos, mais chocolate vamos querer”, exemplifica.
É assim, então, que surge a necessidade de encontrar um meio termo, que torne comer alimentos nutritivos um fator do cotidiano.
“Por isso é muito importante manter o equilíbrio, para que a alimentação saudável seja um hábito algo normal no dia a dia e esses alimentos com baixo valor nutricional, vulgarmente chamado de “porcarias” sejam a exceção”, aponta a nutricionista.
Contornando a fome de besteira
Assim como tudo na vida, é necessário ter equilíbrio.
“Não há problema em comer hambúrguer, chocolate, e tomar refrigerante, desde que isso não seja algo diário e constante”, defende Barbara.
O problema, segundo ela diz, não está no comer e sim na frequência e quantidade.
“Manter uma alimentação equilibrada vem com o hábito de fazer isso” completa .
Dessa forma, compreender o seu corpo é fundamenteal.
“Outra questão importante é entender o que realmente é a fome, e se alimentar quando essa fome apresentar sinais de fome fisiológica”, aponta.
A fome de besteira, ou melhor, a fome emocional não apresenta sinais físicos, apenas emocionais, e isso pode ser contornado com outros afazeres, como leitura, atividade física, passeios.
Também é válido manter a geladeira com alimentos saudáveis como frutas, verduras e optar por esses alimentos quando sentir fome.
Existe vício em alimentos específicos?
Não é incomum se deparar com pessoas que se dizem viciadas em algum alimento.
Tem os chocólatras, que consomem exageradamente chocolate, ou então, a turma dos que bebem compulsivamente refrigerantes de cola, citando apenas dois exemplos.
A verdade é que é bem provável que esses comportamentos não sejam necessariamente dependência.
“O hábito alimentar influencia muito nisso, se todos os dias após o almoço eu comer uma fruta, sempre após o almoço vou buscar por uma, no entanto se eu comer uma fatia de bolo, sempre vou querer isso. O que geralmente chamamos de vício é na verdade hábito de manter um tipo de alimentação”, elucida Barbara.
Entretanto, de fato há um transtorno sério chamado compulsão alimentar.
A nutricionista conta que entre os sintomas estão a não distinção entre os tipos de fome, acarretando em um consumo exagerado de alimentos com baixo valor nutricional. Esses episódios costumam ser seguidos por culpa. A doença é diagnosticada por psiquiatra e é tratada com acompanhamento.
Como identificar fome fisiológica e fome emocional:
Fome fisiológica:
- Apresenta sintomas como: estômago roncando, dor de cabeça, fraqueza;
- Não existe vontade específica de determinado alimento;
- É possível esperar para comer;
- A fome é persistente e continua apresentando sinais.
- A pessoa identifica e controla a saciedade;
- Não costuma causar sensações negativas, como culpa.
Fome emocional:
- Aparece de repente;
- Tem sentimento reconfortante e é muito prazeroso;
- Há uma necessidade de comer algo específico;
- A fome some quando o indivíduo pratica outra atividade, com ler, dançar ou caminhar;
- O indivíduo não consegue parar de comer;
- Pode gerar sentimento de culpa e frustração.
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