Tratamento endoscópico da obesidade é uma alternativa para pacientes com sobrepeso ou que apresentam obesidade mórbida.
Está acima do peso ou é um obeso, já fez tratamentos clínicos e não obteve sucesso. Esses são um dos pré requisitos para o tratamento endoscópico da obesidade. “O tratamento endoscópico da obesidade é o procedimento no qual se faz uma redução no estômago, mas uma redução temporária através da introdução de um balão intragástrico. O balão vai ocupar um espaço considerável dentro do estômago, reduzindo a sua capacidade e fazendo com que o indivíduo coma menos e emagreça”, explica o endoscopista digestivo, Dr. Ângelo Henrique França.
O tratamento endoscópico da obesidade, segundo Dr. Ângelo, é indicado para pessoas que tiveram insucesso com os métodos convencionais e que apresentam índices de massa corporal igual ou acima de 27, pacientes com sobrepeso, índice de massa corporal até 30 que sejam portadores de hipertensão, diabetes mellitus e aumento de colesterol ou obesos portadores dessas mesmas condições, pacientes que desejam perder10 a20% do seu peso total, pacientes portadores de obesidade mórbida, antes da cirurgia de redução de estômago para redução de riscos cirúrgicos.
Ao optar pelo tratamento, o médico explica que o paciente, primeiramente, deve realizar uma endoscopia digestiva para constatar se não existe alguma alteração no esôfago, estômago, duodeno, que deve ser previamente tratado para depois colocar o balão, isto é, uma esofagite, uma gastrite, uma úlcera, que não são contra-indicações, mas precisam antes ser tratados.
Pacientes com obesidade mórbida usam o balão como técnica intermediária para uma cirurgia definitiva. “O balão frequentemente é utilizado para diminuir o risco cirúrgico da obesidade mórbida, mas também pode ser uma técnica definitiva naqueles pacientes hipertensos, diabéticos ou que tem aumento de colesterol ou triglicerídeos, que não sejam obesos mórbidos e que a redução de15 a20% do peso pode por si só ser capaz de compensar essas condições a ponto de eliminar a necessidade de tomar medicamentos ou no mínimo reduzi-los consideravelmente”, afirma o endoscopista.
O tratamento não é recomendado, conforme o médico, para quem não tiver o perfil psicológico apropriado, isto é, pessoas que julguem que o balão é uma solução e não uma poderosa ferramenta e que não estão dispostas a fazer mudanças comportamentais na alimentação e atividades físicas. “A adesão programa de atividade física e o aprendizado de hábitos alimentares adequados são indispensáveis ao sucesso durante a permanência do balão e, sobretudo, depois da retirada do balão para a manutenção do peso perdido ou até para uma perda adicional”, completa.
Além disso, outra contra-indicação de acordo com o profissional, e essa é óbvia, seria para quem já tivesse sido submetido a uma cirurgia redutora de estômago que, por alguma razão, voltasse a adquirir peso e por absoluta falta de espaço não há indicação para colocação do balão.
Vantagens do tratamento endoscópico da obesidade
São vários os benefícios do tratamento endoscópico da obesidade. De acordo com o endoscopista, 1º) o procedimento é feito pela boca através de uma endoscopia e não tem necessidade de cirurgia e nem de corte; 2º) o paciente vai até a clínica é sedado, submete-se ao procedimento e sai logo em seguida sem necessidade de internação hospitalar; 3º) o método causa saciedade precoce, o paciente come pouco e logo se satisfaz; 4º) o procedimento é fácil, tranqüilo e o balão permanece 6 meses no interior do estômago. Depois desse período, em nova endoscopia, o balão é retirado pela boca novamente sem corte e sem cirurgia; 5º) perda de peso durante esses 6 meses de permanência do balão que varia de 10 a20% do peso total do individuo, podendo em alguns casos ultrapassar esses 20%; 6º) mudança comportamental em relação a adequação da alimentação e a adesão a um programa de atividade física facilitada pela rápida perda de peso, pelos resultados positivos que o individuo observa e que como todo o ser humano é movido pelo resultado positivo o ajuda a se manter na disciplina.
Alimentação
Após a introdução do balão intragástrico, a alimentação é de extrema importância para o resultado do tratamento. “No primeiro e segundo dia, a alimentação deve ser líquida, várias vezes ao dia, que é o suficiente para a pessoa sentir-se saciada, em seguida, gradualmente, introduzir alimentos pastosos e sólidos e depois de uma semana encaminhar para um nutricionista que deve acompanhá-la durante 6 meses de permanência do balão”, declara Dr. Ângelo. Segundo ele, o nutricionista desempenha papel vital no sucesso a ser alcançado, porque é através dele que se vai estabelecer uma dieta que, ao mesmo tempo, é hipocalórica e ao mesmo tempo é balanceada nos seus nutrientes, isto é, saudável e emagrecedora. O papel do nutricionista e o sucesso a ser alcançado pelo balão é absolutamente fundamental.