Dos 11.490 casos previstos pelo INCA por ano no Brasil até 2025, 53% são esperados em homens, contra 46,5% nas mulheres. A diferença é pequena, mas os homens ainda são mais vulneráveis ao câncer do sistema nervoso central do que as mulheres. A explicação para essa prevalência não é conhecida. Mas, de maneira geral, a incidência desse tipo de tumor, que é multifatorial, está associada a junção de alterações genéticas adquiridas ao longo da vida, por predisposição ou exposição, além do fator genético.
Apesar de grave, o tumor cerebral é relativamente raro na população brasileira, sendo responsável por cerca de 2% dos casos de câncer no país. Maio recebe o laço cinza como forma de alertar para a doença e conscientizar as pessoas sobre os sintomas e tratamento.
SINAIS DE ALERTA
O primeiro ponto a considerar é que nem toda dor de cabeça é preocupante ou indica um tumor cerebral. Embora o sintoma esteja presente entre 30 e 70% das pessoas que têm o diagnóstico de câncer no cérebro confirmado, é importante reforçar que as dores de cabeça que indicam um tumor cerebral têm características específicas, conforme aponta Amanda Negrini, oncologista clínica.
As dores de cabeça são muito fortes e vêm acompanhadas de convulsões em 50% dos casos. Os pacientes também apresentam alterações comportamentais, fadiga, náuseas, vômitos, desequilíbrios e alterações cognitivas e de memória.
Além disso, esse tipo de tumor provoca o crescimento anormal e desordenado das células do cérebro, da medula espinhal e das meninges, sendo associado à herança genética, síndromes de predisposição ao câncer e exposição à radiação. Alguns estudos em andamento sugerem ainda o contato com substância químicas e com a radiação presente em smartphones como fatores de risco. “Os resultados ainda são inconclusivos e tudo está sendo estudado. Por isso, é importante usar a tecnologia de forma prudente”, explica Amanda Negrini.
Esse tipo de câncer é mais comum em pessoas de 75 e 84 anos. Já as crianças, são mais acometidas pelos tumores ligados à medula. O diagnóstico ocorre por meio de exames de imagem, como ressonância magnética, padrão ouro, assim como tomografia computadorizada, espectroscopia por ressonância magnética, cintilografia de perfusão de sistema nervoso central e PETCT. Já o tratamento, na maioria dos casos, exige cirurgia para a retirada do tumor. “É Importante ressaltar que a eficácia do tratamento dos tumores de sistema nervoso central depende de uma abordagem multidisciplinar”, completa a oncologista.