Com a chegada dos dias mais quentes e a proximidade do verão, voltamos a nos preocupar com a saúde da pele, porém esse cuidado deve ser feito o ano todo, inclusive nos dias nublados e no inverno. Tanto adultos quanto crianças devem se proteger e o método mais eficaz e conhecido é o uso do filtro solar. Conversamos com o cirurgião oncológico do IOP, Dr. Juliano Rebolho (CRM – 21702 RQE – 15809 / 1150 / 19890), para relembrar algumas dicas de prevenção.
Filtro solar – deve ser aplicado nas áreas expostas e, dependendo do fator de proteção, reaplicado com maior frequência. “Por exemplo, um filtro fator de proteção 30 teria uma eficácia durante 1h30 a 2h e, quanto maior o fator de proteção, mais tempo ele ‘dura’. Para as pessoas que gostam de fazer exercício ao ar livre é recomendado o uso de roupas com proteção UV, além de ser mais confortável do que passar o filtro solar, não é necessário parar o exercício para reaplicar o filtro”, afirma. Para aqueles que gostam de pegar sol, a indicação é evitar os horários com maior intensidade de radiação UV, que seria das 10h às 16h e sempre usar o protetor solar. “Uma dica é utilizar a tecnologia e checar o aplicativo no smartphone, pois lá tem uma medição da intensidade da radiação UV no dia e, com essa informação, pode-se individualizar o uso do filtro solar e a frequência de reaplicação necessária. Com isso, além da prevenção ao câncer de pele, estamos diminuindo também o envelhecimento da pele causado pela exposição solar”, indica.
Importante destacar que, para a produção de vitamina D, deve-se sim tomar sol, mas a quantidade necessária semanal é pequena e com apenas 5 minutos de exposição, três vezes na semana, já é suficiente.
Fatores de risco – os principais fatores de risco para desenvolvimento do câncer de pele são: fototipo de pele baixos – ou seja, pele clara que não bronzeia, alta exposição solar e história familiar prévia de câncer de pele.
“Quando falamos de câncer de pele, temos que dividir as lesões em dois grandes grupos: os carcinomas e o melanoma. O carcinoma de pele é o tumor mais comum e menos agressivo, porém, devido à prevalência, não deve ser menosprezado. Já o melanoma é menos comum, porém com alta agressividade”, explica Dr. Juliano Rebolho.
Regra do ABCDE – ela se aplica para as lesões melanocíticas, ou seja, escuras que estão relacionadas ao melanoma. O mnemônico ABCDE significa: A assimetria, B bordos, C cor, D diâmetro > 6 mm e E de evolução, portanto se a pessoa tem uma “pinta” que é assimétrica, com bordos irregulares, com duas cores ou mais, maior do que 6 mm em diâmetro, e que modificou, ela deve procurar um médico.
O tratamento do câncer de pele depende da histologia (ou seja, subtipo), do tamanho da lesão e do estadiamento. “A principal forma de tratamento ainda é a cirurgia, porém, em alguns casos selecionados podemos utilizar tratamentos tópicos com pomadas. Já nos casos avançados o tratamento é multimodal e podem ser utilizados a cirurgia, radioterapia e tratamento sistêmico”, explica.
Por isso fica o lembrete: a consulta com o dermatologista para prevenção deve ser feita anualmente, principalmente as pessoas com histórico familiar de câncer, múltiplos nevos (pintas) e fototipo baixos (pele clara).