Especialista explica como acontece o desenvolvimento da síndrome de Sanfilippo, conhecido como alzheimer infantil, nas crianças e as dicas de prevenção
A síndrome de Sanfilippo, popularmente conhecida como Alzheimer infantil, é um distúrbio causado por uma mutação que impede o metabolismo de degradar moléculas de alguns tipos de açúcar, causando falta da capacidade ou habilidade motora.
Segundo a Organização Mundial para Distúrbios Raros (NORD), aqueles com a doença vivem em média entre 15 e 20 anos. Apesar disso, a morte pode ocorrer antes dos 10 anos.
O pediatra e professor do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê, Bruno Leandro de Souza (CRM-PB 6312) nos explica sobre a doença. Segundo o médico, ela não se trata de Alzheimer em si, mas de uma outra condição que provoca perda de memória, dentre outras características.
“É oficialmente conhecida por Niemann-Pick tipo C, porém também é, por vezes, atribuída a outras síndromes demenciais na infância, como a Síndrome de Sanfilippo”, conta o médico.
Esse é um problema raro. Há registros de que o Alzheimer infantil afeta menos de 1000 crianças no mundo todo.
“A doença ainda não tem cura e avança com o tempo; normalmente causa o aumento dos órgãos, danos nos pulmões, rigidez muscular, demência e dificuldade na fala”, completa.
Diferenças do Alzheimer infantil e Alzheimer adulto
Entretanto, há uma grande distinção entre o Alzheimer em adultos e crianças.
A síndrome de Sanfilippo, ou mucopolissacaridose tipo III, é uma doença genética rara que impacta a produção de enzimas. Ela afeta uma substância chamada glicosaminoglicanos nas células. Já o Alzheimer tem relação com um acúmulo anormal de proteínas: a tau e a beta-amiloide.
“Na criança começa a aparecer logo na primeira infância, acompanhada geralmente de outras alterações neurológicas como a epilepsia, convulsões e até mesmo alterações em outros órgãos do corpo. Já no adulto, é um distúrbio neurológico progressivo, principalmente depois da sexta ou sétima década de vida com a acentuação progressiva no decorrer da idade, sobretudo alterações comportamentais”, analisa o especialista.
Diagnóstico do Alzheimer infantil
De acordo com o pediatra, geralmente as descobertas do Alzheimer infantil são ao longo da primeira infância. Um outro porém é que os exames de rotina de pré natal não costumam mostrar essa alteração.
“A criança também por muitas vezes não tem nenhuma mudança perceptível ao nascimento. Mas ao longo dos primeiros anos de vida é que ela desenvolve essas síndromes conhecidas popularmente como Alzheimer infantil”, relata.
Bruno recomenda que, em crianças que já tenham síndromes demenciais infantis, é importante fechar o diagnóstico com exames específicos e avaliação do neurologista. Esse profissional também pode requerer avaliação de outros especialistas. Nesses casos, a ajuda pode vir de um geneticista, que auxiliaria ao:
- Observar qual a evolução natural da doença
- Tentar potencializar o lado saudável da criança
- Verificar quais são os órgãos alvos e se o comportamento que se mantém íntegro.
Melhorando a qualidade de vida do paciente
Existem algumas precauções que é preciso ter com crianças diagnosticadas com Alzheimer infantil.
“Medicamentos que podem atrasar ou diminuir os sintomas da síndrome são ótimos cuidados, além de uma atenção multidisciplinar, em conjunto com a equipe de terapia passional, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e fisioterapeutas capazes de darem um suporte completo para essa criança e família”, finaliza Bruno.
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