Especialista aponta que o diabetes e sono podem estar relacionados. Entre os reflexos estão a insônia, o aumento do estresse e diminuição da ação da insulina
No próximo dia 14 é celebrado o Dia Mundial e Nacional do Diabetes. A data marca a principal campanha de conscientização global com foco no diabetes mellitus. São diversas as consequências que a doença pode causar, e a Vigilantes do Sono alerta para problemas no sono como um dos efeitos.
De acordo com Laura Castro, fundadora e psicóloga da healthtech referência no combate à insônia, o diabetes e o sono estão diretamente ligados, isso porque a hiperglicemia, alto nível de açúcar no sangue, tem como um dos seus efeitos a sensação de cansaço excessivo, que pode se associar a muita sonolência.
No entanto, é possível que esta seja uma consequência de um sono de má qualidade. Isso se deve porque a hiperglicemia também causa sede excessiva e um aumento na frequência urinária. Consequentemente pode provocar uma fragmentação no sono, tornando-o instável. “Neste caso, não tratar o diabetes ou cuidar da alimentação e dos hábitos, pode desencadear uma série de problemas rotineiros no sono, entre eles a insônia”, destaca.
Qual a relação entre diabetes e sono?
Quando o assunto é diabetes e sono, é possível notar um aumento nas noites mal dormidas. Entretanto, o diagnóstico de insônia, por sua vez, exige mais cuidado. Isso porque a insônia se caracteriza por uma recorrência ou persistência dos sintomas de dificuldades para se iniciar e/ou manter o sono. Obviamente esse cenário acaba levando a prejuízos para o funcionamento diurno.
“Quando se tem insônia, precisamos estar atentos às consequências. Isso porque o distúrbio do sono causa estresse e alterações cognitivas e de humor. O que às vezes passa despercebido no dia a dia e só quando o efeito já está acumulado e com consequências mais drásticas que se vai realmente notar. O estresse e o nervosismo também diminuem a ação da insulina. Ela é diretamente responsável por controlar os níveis de glicose no sangue, algo determinante no diagnóstico do diabetes”, explica.
Embora existam diversas causas para a insônia, o tratamento por meio da mudança de hábitos e comportamentos é mais eficaz do que o uso de medicamentos. Além de que os medicamentos para insônia podem gerar dependência física e psicológica, e se transformar em um quadro muito mais difícil de tratar, quando não são manejados adequadamente.
Casos de diabetes vem crescendo
Os cuidados para evitar o desenvolvimento da doença são cada vez mais necessários, já que tem se espalhado rapidamente.
Em 2021, a Federação Internacional de Diabetes (IDF) fez um alerta sobre o aumento de 16% na incidência da doença na população mundial. Dados da instituição revelaram que o número de pessoas com a doença aumentou em 74 milhões. Ao total, são 537 milhões de adultos no mundo em 2021. No Brasil, as estimativas mais recentes somam 16,8 milhões de pessoas com a doença, cerca de 7% da população.
O relatório da IDF destaca ainda projeções quanto à expansão da doença. De acordo com a instituição, até 2030, o Brasil deve ter 19,2 milhões de pessoas com diabetes. Esse número sobe para 23,2 milhões em 2045.
“Assim como qualquer outra doença crônica, é preciso atenção e maior cuidado para o não agravamento da condição. No caso do diabetes que, o acompanhamento é fundamental para se manter a qualidade de vida dos pacientes”, finaliza Laura.