Quando o assunto é doenças ocupacionais e de trabalho a dica é uma só: tanto empresas quanto empregados precisam prestar atenção aos aspectos relacionados à segurança e saúde.
Algumas doenças podem se desenvolver no ambiente de trabalho. São as chamadas doenças ocupacionais ou as doenças de trabalho.
Esses dois conceitos têm definições distintas perante a lei, porém ao se tratar de quem exerce uma profissão ou atividade remunerada, o objetivo é o mesmo: manter as pessoas saudáveis.
Segundo o Ministério da Saúde, doenças ocupacionais são qualquer alteração física ou mental que ocorre no organismo em decorrência do exercício do trabalho.
Veja Mais: Qual a relação entre trabalho e qualidade de vida?
Origens das doenças ocupacionais e doenças de trabalho
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, essas patologias podem ser consequência da exposição a diferentes tipos de riscos no ambiente em que ocorre o trabalho:
- Químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, vapores, gases e substâncias ou produtos químicos em geral;
- Físicos: ruído, vibrações, radiações, frio, calor, umidade;
- Biológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, bacilos e parasitas.
Além dessas causas, as origens dessas doenças também decorrem de questões na organização do trabalho. Nesses casos pode ser ocasionada uma sobrecarga física ou mental, gerando problemas.
Quais as principais doenças ocupacionais
De acordo com Lucas Falcão, consultor da Saudax, uma empresa especializada em medicina e segurança do trabalho, as doenças mais comuns de serem observadas são:
- L.E.R (Lesão por Esforço Repetitivo);
- D.O.R.T (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho);
- Bico de papagaio e problemas na região lombar;
- Doenças pulmonares como asma;
- Dermatites na pele;
- Surdez temporária ou definitiva;
- Problemas cardiovasculares.
Há ainda doenças relacionadas à saúde mental, que muitas vezes são difíceis de serem detectadas, como ansiedade, depressão e síndrome de burnout.
Como as empresas podem evitar as doenças ocupacionais
De maneira geral, a preocupação com a saúde no ambiente de trabalho deve ser de todos os envolvidos.
Começando com os empregadores, para evitar que se tenha problemas, Lucas recomenda que não seja contratado um funcionário sem antes a emissão do ASO que é o Atestado de Saúde Ocupacional.
“São todos os exames completos daquela função, e o mais importante de tudo, fazer os laudos, que vão verificar os exames de cada funcionário”.
Outros documentos importantes para a empresa contratante manter em dia são:
LTCAT – Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho;
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional;
PGR – Programa de Gerenciamento de Risco).
Dessa forma, é possível ter certeza que as condições para realização de atividades laborais sejam as ideais.
Conter os riscos evita para as empresas também questões extras associadas a doenças ocupacionais.
“Ela pode estar trabalhando com um funcionário que está doente e não sabe. Uma doença que é silenciosa, mas que pode evoluir ainda mais naquela função. Quando ele for sair da empresa, ela terá que arcar com os custos, porque praticamente autorizou o funcionário a trabalhar naquela função” descreve Lucas.
O cenário citado pode não ser o ideal do ponto de vista do negócio, já que acarreta em danos financeiros.
“Isso pode trazer prejuízos como ações trabalhistas, um funcionário que a cada passo pegue atestado, ou até mesmo acarretando em um processo muito grande para a empresa. Gerando, assim, o risco da empresa ter mais problemas se continuar trabalhando dessa forma”, adverte.
Veja Mais: Alimentação saudável no trabalho
O segredo é garantir segurança e saúde para os trabalhadores
Quando ocorre a regularização e são seguidas as normas, os funcionários também são beneficiados. Lucas lembra que isso é potencializado com a assessoria em medicina e segurança do trabalho.
“Ele vai trabalhar em um ambiente mais seguro, vai saber que pode operar naquela função 100%, sem correr risco para a saúde e que a empresa vai oferecer todos os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) porque a clínica de medicina de trabalho estará cobrando isso”, explica.
A segurança se estende, também, nos aspectos legais, já que toda documentação emitida pode ser usada caso seja necessário um dia se afastar das funções ou aconteça algum imprevisto.
“Vai ter toda essa assessoria, dentro da lei, para não precisar se preocupar em ficar pegando advogado para recorrer a um afastamento, ou acidente. É segurança para os dois lados, tanto funcionário, quanto da empresa”, completa.
Dicas do que pode ser feito para acabar com acabar com doenças ocupacionais e doennças de trabalho
Empresa | Trabalhador |
Oferecer ambiente seguro | Seguir as normas de segurança |
Disponibilizar EPIs | Utilizar EPIs |
Obter Laudos | Manter-se hidratado |
Ofertar períodos de descanso | Cuidar da alimentação |
Respeitar a legislação | Buscar ajuda quando tiver problemas |
Oferecer ginástica laboral | Participar das ações ofertadas pela empresa |
Realizar palestras e demais eventos |
Leia mais informações como essa na Mais Saúde