A psicóloga Lirian Simões, que atua com pessoas na terceira idade e produz conteúdo sobre o tema, explica mais sobre esse velho preconceito
Não, isso é um mito. Assim como na juventude a pessoa é jovem, na terceira idade ela é velha. Ela não volta a ser uma criança. Ela pode ter momentos de fragilidade e vulnerabilidade.
E isso pode ser por decorrência de uma doença, de uma questão psicológica, problemas financeiros ou sociais, enfim, são várias possibilidades. Mas, na terceira idade ela não volta a ser como uma criança.
A pessoa já passou por todas as fases da vida, já foi criança, adolescente, jovem e agora é velha. Ela já teve momentos de autonomia, de fazer muitas escolhas, e agora vive a velhice.
O tempo passou, ela continua no processo de envelhecimento, e nesse período, em decorrência da idade, acabam sendo acarretadas questões orgânicas que declinam, de certa forma, o sujeito. Mas ela continua sendo a mesma pessoa que ela sempre foi.
É importante não irmos para nenhum dos extremos. Nem para essa ideia de que a pessoa velha volta a ser criança, e muito menos aquela visão generalista do que é um velho: uma pessoa frágil, que não escuta, não caminha bem, que não pode fazer nada. Existem diversas velhices.
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O que são as diversas velhices na terceira idade?
Em qualquer fase da nossa vida, existem questões que são importantes para sermos e existimos como a gente é. A questão social, de trabalho, financeiro, de classe, da nossa raça e do gênero.
As diversas velhices são atravessadas por esses fatores. Existe a pessoa idosa que é mulher e teve uma vida muito sofrida cuidando dos filhos, por exemplo. Há quem tenha uma questão financeira melhor e aí vai ter um maior suporte médico.
As diversas velhices de quem está na terceira idade passa por essas questões.
Além disso, temos as questões orgânicas. Algumas pessoas podem ter uma deficiência, algum transtorno mental. E são essas características que vão influenciar em como a pessoa vai viver a velhice.
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