Café e ócio produtivo

Descansos e algumas outras atividades mal vistas durante o expediente podem melhorar o desempenho e a criatividade dos trabalhadores. Conheça mais sobre ócio produtivo

Você por acaso já pensou na solução de um problema enquanto estava tomando banho?

Ou então, teve uma boa ideia enquanto estava na cama pronto para dormir?

Pois é, muitas vezes essas atividades em que não estamos 100% focados são essenciais para estimular nossa criatividade. Além disso, estar com a cabeça descansada nos auxilia a trabalhar melhor.

Apesar de que no trabalho não tem como tomar banho é possível transportar essas situações para a hora do expediente. Acontece que pausas, conversas e distrações leves, que muitas vezes são vistas como hábitos ruins no mercado corporativo, podem ter efeitos positivos.

Para entender como isso acontece e como pode afetar empregados e chefes, conversamos com a psicóloga Jéssica Maschio Martini (CRP 08/20383).

O descanso, distrações e pausas na rotina de trabalho podem ter efeitos positivos na produtividade geral. Por que isso ocorre?

As pausas além de fornecerem um descanso necessário na rotina de trabalho, auxiliam na construção do hábito de trabalhar.

Como isso ocorre? O trabalhador possui a deixa de começar a executar sua função assim que chega na empresa, muitas atividades acabam sendo executadas no automático e a recompensa será um breve intervalo dali alguns minutos para relaxar, além do salário no fim do mês.

Nossa mente funciona dessa forma, caso não existam recompensas relevantes para o nosso cérebro, a deixa e a rotina do trabalho deixam de funcionar.

Nos momentos de descanso, conversar com os colegas, esticar o corpo, beber uma água e se alimentar, fazem toda a diferença, tanto na produtividade do trabalho, gerando um ócio produtivo, quanto na saúde mental do trabalhador.

Que tipo de atividades são recomendadas para estimular o ócio produtivo?

Atividades relaxantes, individuais ou coletivas, que não estejam relacionadas ao trabalho diretamente. Ouvir uma música, fazer uma caminhada, ler um livro sobre uma temática diferente ou bater um papo com um amigo são sugestões importantes.

Muitas vezes deixamos de cuidar do nosso bem-estar porque queremos produzir cada vez mais. Olhar para nós mesmos é importante e melhora o nosso desempenho laboral.

Quando estamos de bem e cuidando do nosso bem-estar até a forma como olhamos o céu muda, quem dirá a execução de um trabalho.

No que consiste a “descompressão” que empresas adotam? Isso pode afetar no desempenho do funcionário?

As áreas de descompressão são a nova tendência do mundo corporativo. Elas têm o objetivo principal de promover bem-estar nos funcionários, que possuem um ambiente próprio para descarregar as energias, relaxar, ter interações com colegas.

Dependendo da configuração do espaço, podem contar com ferramentas que estimulem a criatividade durante o período dito “ocioso”.

Os funcionários sentem-se mais valorizados pela empresa e por consequência, além do alívio e descanso imediato, o engajamento e força de vontade em vestir a camisa e dar o seu melhor começam a tomar conta do ambiente. Isso acaba afetando o desempenho da empresa como um todo positivamente.

O que trabalhadores e empregadores podem fazer para aproveitar melhor esse ócio produtivo?

Primeiramente, se rotulamos uma atividade como ociosa, vai ser mais difícil enxergar um lado positivo em executá-la. É de suma importância mudar essa imagem. Modificar essa ideia de conceito negativo já contextualiza a atividade de uma forma diferente no nosso inconsciente.

Outra coisa, aproveitar melhor não é sinônimo de trabalhar mais ou não deixar o cérebro repousar nesse período. O próprio descanso é uma forma de aproveitar esse tempo.

Durante o trabalho em si o funcionário conseguirá ter um melhor aproveitamento, sem ficar pensando no quanto está cansado. Ele também não fará pausas inconscientes por não ter descansado no momento destinado para isso.

O primeiro passo para melhorar sua performance laboral é compreender que não somos máquinas. Assim, possuímos necessidades fisiológicas e mentais que devem ser respeitadas, não somos meramente executores de comandos.

Se até mesmo as máquinas precisam de novas configurações, troca de combustível e baterias, imagine nós que gastamos energia real durante a realização das mesmas tarefas.

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