Respirar pela boca

Você pode estar respirando errado, já que respirar pela boca não é um bom hábito. Isso pode ter consequências para a saúde

Pare um segundo e preste atenção na sua respiração. Você está inspirando e expirando pelo nariz ou pela boca?

Pode não parecer, mas só uma dessas duas formas de respirar está correta.

Apesar de ser uma atividade que vem desde que nascemos, tem muita gente que está fazendo de um jeito equivocado. Dessa forma, acabam ficando dispostos a alguns problemas de saúde.

A fonoaudióloga Jaqueline Novis (CRFa 3 – 11152) explica que esse hábito adquirido pode afetar o corpo de maneiras variadas.

Ela aponta que entre as consequências estão o desgaste das vias aéreas respiratórias. Outro local que pode sofrer é o rosto, que fica suscetível a a alterações faciais.

Além disso, algo que também impacta diretamente na qualidade de vida e é fruto da respiração oral são os problemas na qualidade do sono.

Consequências da respirar pela boca:

  • Desgastes das via aéreas – nariz, cavidades nasais, seios paranasais e faringe, que acabam ficando fragilizadas.
  • Alterações faciais – lábios, bochechas e língua.

As causas podem ser tão variadas quanto as consequências, conta a profissional.

Segundo Jaqueline, as mais comuns são:

  • Alterações da adenoide;
  • Desvio de septo nasal;
  • Obstruções e aumento das conchas nasais (resultantes de problemas como rinite e sinusite);
  • Uso de chupeta;
  • Hábitos orais danosos como, por exemplo, chupar o dedo

Atenção às crianças

A odontopediatra Juliana Grzeidak (CRO 23937-PR) concorda que chupetas, mamadeiras e dedão são inimigos da correta respiração da molecada. Ela também defende a tese de que a respiração oral geralmente decorre de uma obstrução nasal.

Juliana destaca ainda que os problemas podem ser mais graves em pacientes infantis.

“A síndrome da respiração bucal (SRB) é um transtorno responsável não somente por noites mal dormidas, como pelo baixo desempenho escolar, problemas de crescimento e de postura, dificuldade de deglutição, mastigação e oclusão, além de deixar a criança predisposta ao desenvolvimento de infecções respiratórias”, aponta.

Os principais danos se dão porque o cérebro recebe uma menor quantidade de oxigênio. Dessa forma é prejudicada a capacidade de atenção e consequentemente o rendimento escolar.

Outro fator de risco, segundo a especialista em odontologia pediátrica, é que o nariz funciona como um filtro de ar. Ao respirar pela boca, todas as impurezas, como vírus e bactérias, penetram mais facilmente no organismo.

Alguns sinais de que a criança está respirando de maneira errada podem ser observados pelos pais.

Se o seu filho tem dificuldade em manter a boca fechada em momentos de repouso, como durante o sono, respiração mais profunda e pesada (geralmente acompanhada de algum barulho), ronco e baba enquanto dorme, ou está propenso a irritabilidade e sonolência, você deve ficar atento e buscar ajuda, ensina Juliana.

Durante as refeições também é uma boa oportunidade para perceber os sintomas, principalmente o de perda de apetite devido à dificuldade para mastigar.

Veja Mais: Descubra como a fala e a respiração erradas prejudicam a sua garganta

Tratamento para parar de respirar pela boca é multidisciplinar

respirar pela boca
Para mudar o hábito um especialista deve ser consultado e a causa da respiração oral eliminida.

Tanto Jaqueline, quanto Juliana, concordam que para modificar o hábito e minimizar os efeitos no corpo, o paciente que apresenta a respiração oral deve buscar ajuda em mais de um profissional.

Para a odontopediatra primeiro se deve combater o que motiva o fato, para que depois se corrija os efeitos causados.

“Precisamos da ação do otorrinolaringologista, alergista, fonoaudiólogo, odontopediatra e ortodontista. O médico irá investigar se há alguma das obstruções das vias aéreas (existem casos em que são mais de uma) ou causa alérgica. Após o tratamento do que originou, os outros profissionais entram em campo para a correção dos danos gerados”, elucida.

Para a fonoaudióloga, cada causa irá demandar uma atuação específica para combater o problema.

“Mas existem alguns cuidados e hábitos que podem ser inseridos no dia a dia para que se evite a respiração oral, como por exemplo, incentivo do aleitamento materno nos primeiros meses de vida do bebê, pois favorece um melhor desenvolvimento da deglutição e sucção, promovendo o adequado uso dos órgãos fonoarticulatórios”, esclarece.

Outro ponto importante para crianças e adultos, cita Jaqueline, consiste em evitar os hábitos chamados de deletérios, ou seja, que podem ser danosos. Nessa categoria se encaixam roer a unha e mordiscar objetos. Eles tendem a favorecer alterações na boca e língua, o que leva à respiração oral.

Leia mais informações como essa na Mais Saúde

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor deixe seu comentário!
Por favor informe seu nome