Prestar atenção a força empregada, escolher o melhor creme e usar fio dental são cruciais para melhorar a escovação
Escovar os dentes é algo tão básico que parece ser impossível de ser feito errado, não é? E é aí que muita gente se engana. Por ser dado como certo e alguns detalhes serem ignorados, é comum que alguns erros surjam, o que pode diminuir a efetividade da escovação. Conversamos com o cirurgião dentista Diego Rodrigues (CRO/PR 20588) para esclarecer os principais pontos sobre o tema.
1- Escovar sempre depois das refeições
“A periodicidade das escovações é importante para evitar o acúmulo de placa, pois esta provoca a desmineralização do esmalte e em consequência disso pode gerar cavidades cariosas nos dentes. Então a regularidade após as principais refeições e a noite são importantes”.
2- Um tempinho para regularizar o pH
“Se possível é interessante aguardar um período de 20 a 30 minutos após a refeição para realizar a escovação para que a saliva faça sua função de tampão (equilíbrio do pH bucal). Mas não é um quesito fundamental, se não for possível aguardar este tempo, devido a rotina diária, a efetividade de uma desorganização da placa bacteriana, ou seja, realizar a escovação, irá prevenir desordens bucais”.
3- A quantidade de pasta de dente a ser usada
“O creme dental é um coadjuvante na higiene bucal, o mais importante é a desorganização mecânica da placa, isto é, fazer o uso de escova e fio dental. Os componentes do creme auxiliam no processo, devido a isso, a quantidade ideal de creme dental é o tamanho de uma ervilha, no máximo, para pessoas adultas. Já para as crianças a quantidade deve ser menor, sendo regulado conforme a idade”.
4- atenção com o “whitening”
“A grande maioria dos cremes dentais branqueadores possuem abrasivos mais agressivos que provocam uma espécie de ‘lixamento’ do esmalte. Essa agressividade pode gerar desgastes, retrações gengivais e sensibilidade dental. Costumo orientar que a pasta de dente ideal é aquela que o paciente se sente melhor, seja pelo sabor, ou pela consistência, desde que não seja muito agressiva em relação às partículas abrasivas. Não há uma indicação específica, o único cuidado que sugiro é verificar aprovação da Anvisa nos cremes dentais. Para alguns casos indicamos alguns terapêuticos, mas isso precisa ser avaliado de acordo com cada situação”.
5- Cuidado para não machucar
“A placa dental é fácil de ser removida, não exige força. A força exagerada ou cerdas médias ou duras provocam danos às estruturas dentais. Geram desgaste nos dentes, retração da gengiva e osso alveolar e consequente hipersensibilidade. A indicação são cerdas super macias e uso de força muito leve durante a higienização”.
6- movimento certo da escova
“Isso irá variar conforme a habilidade motora de cada pessoa. Eu sugiro a técnica de Bass modificada, que consiste em posicionar as cerdas em um ângulo de 45º em relação a face do dente, fazer uma leve pressão (para higienizar no sulco gengival) e fazer movimento em direção a ponta do dente (para baixo nos superiores e para cima nos inferiores), repetindo o movimento umas 6 ou 7 vezes por face do dente”.
7- E o fio dental?
“Eu recomendo o seu uso uma vez ao dia, no mínimo. Ou mais vezes em situações específicas em que o paciente sinta a necessidade. Quando bem realizado, com cuidado e sendo efetivo em mover a placa bacteriana em todas as faces do dente é suficiente e é importante para a saúde bucal”.
8- Enxaguante bucal é só um complemento
“Na grande maioria das vezes o seu uso é facultativo, exceto casos específicos. Sua efetividade é complementar. Se a placa não for desorganizada mecanicamente, com escova e fio dental, sua ação será praticamente nula naquela região. Sugiro mais para melhorar hálito, porém em alguns casos específicos passamos enxaguantes terapêuticos”.
9- Não deixe de consultar o dentista
“A higienização diária bem realizada com calma e efetividade, e complementos de escovações mais duas vezes ao dia, são suficientes para manter a saúde bucal. Porém nem sempre é possível ter certeza da efetividade da escovação, por isso consultas regulares ao dentista são fundamentais. Pois a visualização, a experiência e os equipamentos do profissional auxiliam na prevenção de desordens bucais”.
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